Na véspera da celebração dos 45 anos de independência o partido Renamo curva-se perante Eduardo Mondlane e recorda que a FRELIMO “foi um projecto colectivo que visava aglutinar todos os moçambicanos na luta contra a opressão estrangeira e permitir que fôssemos donos da nossa terra e das nossas riquezas”. Ossufo Momade disse existir “necessidade de se tomarem medidas arrojadas para enfrentar a pandemia do novo coronavírus” e sugerir uma nova abordagem à guerra em Cabo Delgado “as Forças de Defesa e Segurança devem aperfeiçoar a sua estratégia militar de modo a restabelecer a segurança das populações e não perder tempo a procura de culpados”.
Dirigindo-se à Nação, nesta terça-feira (23), Momade começou por declarar “curvámo-nos perante os obreiros da Luta pela independência nacional, como Eduardo Mondlane e outros. Na luta pela democracia, lembrámo-nos dos heróis André Matade Matsangaisse e Afonso Macacho Marceta Dlhakama, que para além do contributo que deram para alcançar a independência nacional tiveram o mérito de dirigir a Resistência Nacional Moçambicana, que enfrentou e derrubou o grande monstro de então, o regime marxista- leninista implantado, à força, em Moçambique”.
“Esqueceram-se que a Frente de Libertação de Moçambique foi um projecto colectivo que visava aglutinar todos os moçambicanos na luta contra a opressão estrangeira e permitir que fôssemos donos da nossa terra e das nossas riquezas”, recordou o líder da Renamo enfatizando que “Passados 45 anos, Moçambique podia ter-se situado no patamar de países desenvolvidos como a vizinha África do Sul e alguns países da Europa. Moçambique podia ser referência pelo mundo fora, pelos motivos mais nobres porque tem recursos humanos valiosos e recursos naturais abundantes e diversificados ainda por explorar que poderiam alavancar o desenvolvimento económico. Contrariamente a prosperidade esperada, Moçambique embrenha-se num atraso económico tal que ainda se debate com o flagelo da fome”.
Ossufo Momade voltou a demarcar o seu partido dos ataques armados que se registam na zona centro do país. “O Partido Renamo ama o seu Povo e quer ver o país sem guerra, por isso, estamos determinados a concluir com sucesso o Processo de Desmobilizacao, Desarmamento e Reintegração das nossas Forças com dignidade e humanismo”.
“Os cidadãos que protagonizam esses ataques não recebem ordens da Renamo para praticá-las, não recebem nenhuma logística do nosso Estado-maior General, não recebem nenhuma deliberação de qualquer órgão do Partido Renamo para agir nesse sentido, antes pelo contrário têm estado a ameaçar a integridade física do Presidente e dos Quadros do Partido Renamo”, deixou claro.
O líder do maior partido de oposição declarou que “o que está a acontecer em Cabo Delgado é uma guerra” e sugeriu “que as Forças de Defesa e Segurança devem aperfeiçoar a sua estratégia militar de modo a restabelecer a segurança das populações e não perder tempo a procura de culpados”.
Sobre a pandemia da covid-19 o presidente do partido Renamo assinalou que “tudo indica que caminhamos para um estágio mais difícil, daí ser necessário unir esforços e alocar recursos de modo a debelar este novo inimigo comum da humanidade” e reiterou “a necessidade de se tomarem medidas arrojadas para enfrentar a pandemia do novo coronavírus”.