Pelo menos 34 pessoas, entre as quais membros das forças de segurança, morreram em três dias de manifestações que abalaram recentemente o Sudão para protestar contra a supressão de subvenções, revelou o ministro sudanês do Interior, Ibrahim Mahmoud Hamid.
As manifestações decorreram em Cartum, a capital, e em Medani, no centro do país. “Algumas pessoas movidas por razões políticas e sociais tentaram aproveitar-se desta situação para pilhar e sabotar bens privados e públicos. Estas pessoas serão julgadas”, declarou o ministro, Segunda-feira, durante uma conferência de imprensa.
Ele minimizou as manifestações que, segundo ele, apenas afectaram dois Estados dos 16 que o país possui. Afirmou que as manifestações provocaram o incêndio de 40 estações de serviço, 18 autocarros de transporte público e uma dezena de veículos particulares.
Os manifestantes incendiaram igualmente 27 unidades da Polícia em Cartum e os seus arredores antes do controlo da situação pelas forças da ordem. Hamid explicou que o seu Governo foi obrigado a adotar medidas económicas severas em parte devido à secessão do Sudão do Sul e à enorme perda de rendimentos petrolíferos daí decorrente.
Embora as manifestações que acompanharam tais medidas eram previsíveis, “algumas pessoas infiltraram-se entre os manifestantes e tentaram pôr em marcha o seu programa egoísta visando prejudicar o Governo”, disse. O ministro revelou que a Polícia deteve quase todos os implicados nas pilhagens e nos incêndios.