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Incêndio deflagra cemitério São Francisco Xavier em Maputo

Um incêndio deflagrou o cemitério de São Francisco Xavier, vulgo “Cemitério da Ronil”, no cruzamento das avenidas Eduardo Mondlane e Karl Marx, esta terça-feira (23), em Maputo. Braiton Carlos, técnico de Informação e Alarme no Serviço Nacional de Salvação Pública (SNSP), disse que o incêndio aconteceu por volta das 22:00h. Deveu-se ao óleo e outros lubrificantes de motores depositados no cemitério pelos proprietários de uma oficina de reparação de viaturas que funciona nas proximidades. Todavia, não houve danos humanos, nem materiais.

Aquele terreno foi oficialmente encerrado à realização de enterros em Janeiro de 1955, porém, continuou a receber corpos para sepulturas até 1974.

Afonso Gabriel Melecuane assegurou-nos que é o responsável pelo cemitério. O fogo teria sido ateado por um grupo de mendigos que usam o local como abrigo. Eles vandalizam os jazigos e, para além de dormirem neles, desfazem os caixões com o intuito de obter madeira para fazer lareiras para diversos fins, tais como confeccionar alimentos.

Alguns agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) estiveram no local do incêndio, detiveram um mendigo supostamente por ter sido ele a atear o fogo e, por conseguinte, foi torturado, de acordo com Melecuane.

O nosso interlocutor contou-nos ainda que a partir das 13:00h o sepulcro fica fechado porque os visitantes são desapossados dos seus bens pelos malfeitores e correm o risco de sofrer agressões físicas caso resistam na altura do assalto. Entretanto, os marginais passar por cima do muro para ter acesso ao cemitério e ninguém lhes tira de lá.

Neste momento, o cemitério de São Francisco Xavier está totalmente descuidado, facto que faz com que seja um albergue de mendigos e outras pessoas que vivem à margem da sociedade. Há anos, a edilidade de Maputo disse que aquele espaço seria recuperado e construir-se-ia um jardim público. A mesma finalidade era também prevista para o cemitério Parse, Judaico e Maometano, cujo encerramento aconteceu em Outubro de 1968.

Ainda segundo o município, as trasladações dos restos mortais, de jazigos e sepulturas seriam feitas para o cemitério de São José de Languene, na Avenida de Moçambique, o que nunca se efectivou.

Outras correntes têm defendido que o cemitério em alusão devia, por causa da sua história, servir de monumento ou reconvertido em Panteão Nacional para as pessoas que se destacaram em diferentes áreas em prol das causas do país.

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