Pelo menos sete pessoas morreram, esta Segunda-feira (6), em Bangladesh durante confrontos entre a polícia e os manifestantes islâmicos que exigem reformas no país que mantém o secularismo como política de Estado.
A violência começou no Domingo, quando, ao final de uma passeata que reuniu cerca de 20 mil pessoas em Daca, a capital, a polícia tentou dispersar a multidão usando gás lacrimogéneo e balas de borracha. Os manifestantes exigiam a aprovação de reformas que, segundo os críticos, levarão à “talibanização” de Bangladesh, um país de maioria muçulmana, mas com governo laico.
Já na Segunda-feira, centenas de manifestantes, muitos deles a lançarem pedras, reagruparam-se, e a polícia voltou a usar gás lacrimogéneo, balas de borracha e jactos de água. Os manifestantes incendiaram veículos, incluindo dois carros da polícia, e invadiram uma delegacia nos arredores da capital.
Dois policiais e um membro de uma força paramilitar estão entre os sete mortos, segundo as autoridades. Quatro pessoas morreram no Domingo, e centenas ficaram feridas, segundo fontes hospitalares.
Os protestos foram convocados por um grupo chamado Hefajat-e-Islam, que deu ultimato ao governo até 5 de Maio para adoptar uma nova lei sobre blasfêmias, reinstaurar as evocações a Alá na Constituição, proibir as mulheres de se misturarem livremente aos homens e tornar obrigatória a educação islâmica.