O dono da fábrica que desabou em Bangladesh, matando centenas de trabalhadores, foi preso, este Domingo (28), quando tentava fugir para a Índia. A esperança de se encontrar mais sobreviventes nos destroços do prédio começa a diminuir.
Mohammed Sohel Rana foi preso por uma força de elite na cidade fronteiriça de Benapole, disse à Reuters Haibiur Rahman, comandante de polícia de Dhaka. A busca por Rana começou, Quarta-feira, quando a fábrica que vendia roupas para lojas ocidentais desabou.
A TV mostrou Rana, um líder local da situacionista Liga Awami, a ser transportado de helicóptero para a capital Daca. Ele será indiciado por construção falha e por causar mortes. O último número de mortos divulgado pelas autoridades é 377, mas esse total deve aumentar, uma vez que há centenas de desaparecidos.
Este Domingo, quatro pessoas foram resgatadas com vida depois de passarem cem horas debaixo dos destroços. Os serviços de emergência trabalham em ritmo acelerado para tentar salvar mais gente. “As chances de encontrarmos pessoas vivas se reduzem. Assim, temos que acelerar o resgate para salvar quantas vidas pudermos”, disse Chowdhury Hassan Sohrawardi, militar que coordena as operações de salvamento.
Cerca de 2.500 pessoas foram resgatadas dos destroços do prédio, no subúrbio de Savar, a 30 quilómetros de Daca. As autoridades disseram que a edificação de oito andares foi construída sobre terreno poroso sem as licenças necessárias. Mais de 3 mil trabalhadores, principalmente mulheres jovens, entraram no prédio na manhã da Quarta-feira, apesar dos alertas de que a estrutura não era segura.
Um banco e lojas no mesmo prédio tinham fechado, depois de um abalo ter sido sentido e de terem sido verificadas rachaduras em alguns pilares, Terça-feira. Os protestos motivados pelo desastre foram reprimidos com gás, canhões de água e balas de borracha.
Carros foram queimados pelos manifestantes. Os operários do sector de vestuário bloquearam uma rodovia, este Domingo, para exigir pena capital para os donos da fábrica. A oposição convocou uma greve geral para 2 de Maio em protesto contra o desabamento.