Residentes das cidades de Inhambane e Maxixe, na província de meridional de Inhambane, em Moçambique, continuam privados de pão desde Sábado, na sequência de uma paralisação que está a ser observada pelos panificadores daquelas urbes.
A paralisação surge como reacção à decisão do Governo de proibir o agravamento do preço do pão. Por isso, os panificadores decidiram romper as negociações que vinham mantendo com as autoridades para o agravamento do preço em um metical por cada unidade (cerca de três cêntimos do dólar americano).
Segundo anuncia do jornal “Noticias”, na sua edição da Terça-feira, o pão que anteriormente custava quatro meticais passou para cinco e o de cinco para seis meticais. Aparentemente, esta decisão não era contestada pelos consumidores já que os novos preços vigoram há duas semanas.
Porém, a mesma não foi recebida com agrado pelo Executivo provincial que imediatamente ordenou a sua suspensão. O porta-voz dos panificadores, Alfajado Aly, disse à imprensa que a decisão do agravamento do preço do pão surge em resposta ao aumento constante dos preços da matéria-prima usada no fabrico deste produto.
Aly disse que não são todos os panificadores que se beneficiam do subsídio do Governo para fazer face aos encargos de produção, daí que a única alternativa é aumentar o preço do pão. Apenas um dos nove panificadores oficiais das duas cidades é que se beneficia do subsídio do Governo, pelo facto de ser também único inscrito na Associação Moçambicana dos Panificadores.
A fonte justifica a pouca adesão dos panificadores a associação aos encargos elevados para a sua filiação, que inclui uma jóia anual no valor de 2.500 meticais e uma quota mensal de mil meticais.
O director provincial da Indústria e Comércio, António Machamale, disse que o Governo não encontra uma justificação plausível para a atitude dos panificadores, porque, em todo país o pão é subsidiado pelo Governo, exactamente para impedir o agravamento do preço.
“Mas também o subsídio obedece a normas, portanto é necessário que todos panificadores estejam inscritos numa associação para terem acesso a este subsídio”, explicou Machamale.