A Polícia moçambicana (PRM) apreendeu, esta semana, no posto fronteiriço de Namoto, fronteira com a Tanzânia, cerca de 600 quilogramas de heroína. Em conexão com este caso, a PRM deteve dois cidadãos da Guiné-Conakry, que já se encontram, em Pemba, a capital provincial de Cabo Delgado, Norte de Moçambique.
Malva Brito, porta-voz da Polícia em Cabo Delgado, disse que a droga tinha como destino a vizinha Republica da África do Sul.
Segundo Brito, com características de um simples pó branco, a droga vem embalada em 118 sacos plásticos de cerca de 5 quilogramas cada. Depois de recolhida, a droga foi guardada nos armazéns da Procuradoria Provincial para onde o caso foi encaminhado.
O grama de cocaína chega a custar 35 dólares no mercado sul-africano. Malva Brito explicou que a encomenda vinha carregada numa camioneta de cerca 7 toneladas e camuflada debaixo da carroçaria, num porão improvisado, o que fazia entender que se tratava de um veículo sem carga.
A fonte explicou que a altura da bagageira e o aroma estranhos despertaram a atenção da Polícia que tratou de revistar a viatura, exercício que culminou com a descoberta da droga e a detenção dos dois ocupantes.
Depois de neutralizados os dois guineenses alegaram estar a transportar fertilizantes para África do Sul, mas depois de aturadas investigações e esgotados os argumentos, tentaram, sem sucesso, subornar membros da força de guarda fronteira, oferecendo-lhes 60 mil dólares norte-americanos, em troca da sua libertação.
Os dois indivíduos entraram no país através da fronteira de Namoto depois de terem atravessado o território tanzaniano, provenientes de Nairobi, capital do Quénia.
A camioneta de marca Toyota-Hiace, matriculada na República Democrática do Congo, com a chapa de matrícula número CGO 2769AB22, é supostamente de um tal Sidiki Sano, de nacionalidade congolesa e residente em Moçambique. Entretanto, os dois guineenses disseram que não sabiam do conteúdo da carga que estavam a transportar.
Mamadou Touré, um dos envolvidos no caso, disse que vive em Maputo e que há duas semanas foi contactado pelo seu amigo, Aly Badara Kallo, que se encontrava em Nairobi, para deslocar-se àquela cidade, a fim de juntos viajarem de carro para Maputo porque não conhecia Moçambique.
Por seu turno, Aly Badara Kallo, o suposto amigo de Touré, nega o seu envolvimento directo no caso, afirmando que é motorista de um cidadão congolês, natural de Bukavu e residente em Nairobi, de nome Sidiki Sano, e que terá sido este que o mandou levar o carro a Maputo, onde faria a entrega do veículo, a um outro motorista que, por sua vez, cumpriria a última parte da viagem com destino à África do Sul.