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Resposta à carta do Manuel Luís Gonçalves

ilustre Manuel luís Gonçalves

Cordiais saudações

Li atentamente a carta redigida ao @Verdade, no qual questionas de forma ofensiva se este órgão de informação é constituído “por avestruzes de cabeça mergulhada na areia” ou, se não estará vinculado ao “Sistema Ilimitada”, a quem submete os artigos para efeitos de censura. Isto, por culpa do artigo publicado a 16 de Novembro de 2012 intitulado “Desportivo de Maputo: Mais (que) um grupo que caiu na desgraça” que, segundo sentencia na sua santa conclusão, se trata de “um documento medíocre”.

Permita-me, antes de tudo, proceder com a devida apresentação: sou o David Nhassengo, autor do artigo em epígrafe e Editor (Chefe) da secção desportiva do Jornal @Verdade.

Quando li a introdução do teu longo texto de opinião, inebriado pela inocência da minha ignorância sobre assuntos ligados ao desporto conforme me acusa, fiquei curioso em perceber o resto. Porém, ao deambular com a vista em cada parágrafo fui me apercebendo que a redigiu sentado no altar da perturbação.

O Manuel Luís Gonçalves, conforme assina – acreditando se tratar de um pseudónimo – primeiro não entendeu a natureza do artigo em alusão quando, a dada altura, classificou de “análise”. Ora, se os óculos de leitura do Manuel desvendaram isso, então a sua carta está bem encaminhada, ainda que revele alguma emoção e desconhecimento do assunto em epígrafe: a despromoção do Grupo Desportivo de Maputo.

Não se trata de nenhuma análise mas sim de uma notícia que trás o passado histórico daquele clube até à data da “queda”. Como bem sabe, o Grupo Desportivo de Maputo é um clube colosso e de referência quando à mesa de café o assunto é desporto moçambicano.

Foi fundado a 21 de Março de 1921 e não em 1991 como, entregue ao equívoco, sustenta na carta. Aliás, a habilidade de falsear as coisas o levou a defender que no seio do Grupo Desportivo existe uma equipa de futebol denominada por “Desportivo de Maputo Futebol Clube”, o que para já não constitui a verdade nem que seja para um imprudente.

Isto, estimado Manuel, só demonstra o quão distante da realidade está e que a carta a nós redigida não passa de um gesto emocional de um fanático adepto que algum dia soube, sentado num banco de escola, escrever. E quer agora, com recurso ao insulto, dar a entender que é um profeta da varinha da solução dos problemas do Desportivo de Maputo. Entende-se.

Ora, o artigo jornalístico que incomodou o Manuel aborda factos e não assuntos que carecem de provas, sob pena de induzir ao leitor a tirar falsos juízos. A despromoção do Desportivo de Maputo foi no campo de futebol ainda que, precisando de provas, possam existir assuntos extras.

Mereceu destaque de nossa parte porque em 91 anos de sua existência, com seis troféus de campeão nacional nas suas prateleiras, nunca conheceu o sabor amargo da despromoção. Creio, como aliás deixa a entender na carta, que na qualidade de adepto ficou dias a fio sem alimentar-se para expurgar a mágoa que o corroía na santa tentativa de admitir que a sua equipa de coração vai, a partir de já, ombrear com equipas de bairros da cidade de Maputo.

“(…)Com uma escola de formação invejável e exemplar, o Desportivo de Maputo lançou para as hostes do desporto-rei fabulosos atletas cuja história, em alguns deles, se confunde com a história do futebol moçambicano nomeadamente: Mário Coluna, Calton Banze, Amade Chababe, Tico-Tico, Dário Monteiro, Mexer e Dominguês, só para citar alguns exemplos(…)” Onde reside a mentira neste parágrafo?

E mais. Volte ao exercício da leitura para logo a seguir dizer em que ponto dos factos a seguir narrados houve má-fé do jornalista ou, o esconderijo da falsidade que o sábio Manuel que sabe que sabe, tanto canta ter desnudado?

“Porém, foi exactamente depois do sucesso de 2006 ainda sob o comando de Uzaras Mahomed que aquele clube começou a registar os problemas, que hoje atingiram um extremo não tão saudável, nem para a sua massa associativa muito menos para os amantes do desporto moçambicano no geral – se atendermos ao movimento de solidariedade havido nos últimos dias da presente temporada do Moçambola.

Em 2007, o Desportivo de Maputo foi incapaz de pôr a mão no mercado das contratações de modo a fortalecer a gloriosa equipa da temporada passada (2006) e não soube, por outro lado, manter a sua espinha dorsal ao deixar “fugir” os principais jogadores que levaram o clube a conquistar a dobradinha.

Como recurso, o clube voltou-se, naquela época, à sua escola de formação que também não ofereceu muitas opções, o que desnudou por completo as falhas de estratégias no seio da direcção do clube que partiu do não aproveitamento dos ganhos de 2006, desaguando nos problemas financeiros e de formação, em que a falta de uma boa gestão serviu de ponte.

Michel Grispos, presidente do clube, tudo o que prometeu ao Desportivo de Maputo – factor que jogou e de que maneira para a sua eleição –, passava por recolocar o Desportivo de Maputo na elite do futebol moçambicano.

Dar um espaço físico ao clube bem como apresentar uma obra aos sócios, um campo relvado com dimensões do clube, eram apenas fundamentos para o propósito que se colocara a alcançar aquando da sua eleição como mais alto dirigente do clube, o que não passou de uma simples e cosmética promessa. Ou seja, o Desportivo de Maputo continua sem um campo próprio e já não faz parte da elite do futebol moçambicano.”

Caro Manuel, as ideias e críticas são sempre bem-vindas os receptores agradecem. Mas na qualidade de autor do referido artigo, me sinto na obrigação de informar que em sede do meu trabalho jornalístico não admito injúrias.

Discordar de um assunto é uma coisa, respeitar é bom e responder dentro dos parâmetros da inteligência é ainda melhor – este último que não foi o caso pelo que percebo da carta. Nunca fui subornado a escrever artigo que fosse para “atacar” ou elogiar qualquer clube moçambicano; nunca recebi nenhum tipo de contra-partida pelas reportagens que faço senão a felicidade por fazer aquilo que mais me dá prazer: informar sobre o desporto;

Nunca fui pressionado interna ou externamente para publicar ou deixar de publicar seja qual fosse o artigo desportivo na qualidade de editor; nunca fiz nenhum trabalho jornalístico por encomenda; não nutro aversão por nenhuma entidade desportiva nacional e a minha função é de administrar tudo o que vai na página desportiva do jornal @Verdade, seja no site, seja no impresso, seja na página do Facebook ou no Twitter. Reporto factos e não fofocas.

Ademais, os problemas do Desportivo que o prezado Manuel tenta narrar na carta dizem respeito apenas ao Desportivo e ao seu elenco directivo. Cabe a eles os resolver e não a mim nem ao jornal @Verdade.

São assuntos sensíveis que deviam ser tratados internamente e que nem por erro devem ser do domínio público. Podia, por exemplo, no gozo das suas faculdades mentais decifrar isso sem precisar de ajuda de um indivíduo, que tal como diz, que não entende nada de gestão desportiva.

Para já, consta que a mesma carta, antes de chegar ao correio electrónico do jornal @Verdade terá sido enviada ao Manuel Luís Gonçalves pelo endereço electrónico do Museu das Pescas Geral, ao que se sabe, uma instituição ligada ao Estado moçambicano.

A seguir, o estimado Manuel reencaminhou secretamente ao Miguel Chifununo, ao Michel Grispos, ao Manuel Januário, ao Adérito Xerinda, à Ana Amélia, ao António Luís, ao Joca Araújo, ao Hassane Jamaldine, ao S. Lopes, ao Celpes, ao Celso Santos e ao António Grispos, alguns destes integrantes do corpo directivo do Grupo Desportivo de Maputo.

Só depois é que chegou ao @Verdade. Mas porque acusa-nos de influenciar mal a opinião pública, fica a questão: a que conclusões devemos chegar?

PS: Ainda que me tenha insultado e, ao mesmo tempo, abusado da liberdade de expressão não lhe vou, de forma alguma, negar o direito de construir disparates com o meu bom nome. Não sou inimigo do Desportivo de Maputo.

Sou um jovem com ideias próprias e que luta arduamente para conseguir um lugar ao sol sem pisar os calos de ninguém e sem vender a honra. Não sou da estirpe dos jornalistas a que estão habituados. Não sou mercenário e não escrevo a soldo de ninguém.

A menoridade mental não examina os motivos da repulsa ou do entusiasmo. Dsconhece a análise. Age por impulso motivada por frustrações inconscientes. Esmaga a diferença cm a mesma ignorância com que busca insensatamente por nada. Só assim posso entender o seu texto.

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