A Nigéria revelou a presença no seu território de terroristas treinados no Mali, cuja parte norte está sob o controlo de grupos islamitas armados desde o ano passado.
A chegada em massa de terroristas terá provocado o recrudescimento da actividade da seita islamita nigeriana Boko Haram, que se mostrou mais activa nos últimos tempos.
A seita matou desde 2009 mais de três mil pessoas em atentados no norte da Nigéria. A Nigéria iniciou o envio dum contingente ao Mali para participar na Missão Internacional de Apoio ao Mali (AFISMA) que se bate com as forças armadas maliana e francesa para desalojar os islamitas do norte do país.
“Consciente do afluxo de elementos formados no Mali no país, a Nigéria vai prestar o seu apoio à resolução da comunidade internacional, mas igualmente para o reforço da sua própria segurança e a dos seus vizinhos imediatos participando nesta operação”, declarou, Quinta-feira, em Kaduna (norte) o chefe do Estado-Maior do Exército nigeriano, o general Azubike Ihejirika.
“Engajamo-nos numa operação de imposição da paz; quer dizer que trazemos a paz utilizando a força. E para saber se as operações serão convencionais ou não, as tropas deverão combinar os dois devido à natureza dos rebeldes na região”, afirmou o general Ihejirika, que esteve em Kaduna para inspeccionar as tropas formadas no Centro de Manutenção da Paz do Exército Nigeriano (NAPKC).
O primeiro grupo de 190 soldados já foi enviado ao Mali, enquanto o resto será transportado via aérea em várias fases.
Embora os responsáveis da defesa tenham anunciado o envio de 900 soldados, o Senado aprovou, Quinta-feira, o desdobramento de mil e 200 tropas como pediu o Presidente Goodluck Jonathan para que eles sejam enviados para “uma missão de combate limitada”.
Além destas tropas, a Nigéria envia igualmente aviões de guerra Alpha e F7 ao Mali. A Força Aérea Nigeriana (NAF) enviou, Quinta-feira, uma equipa técnica de 66 soldados.
O porta-voz da NAF, o general Yunus Anas, declarou, Quinta-feira, à imprensa que esta equipa foi transportada por um avião G222 do Exército depois duma declaração do chefe do Estado-Maior da Força Aérea, o general Alex Badeh, em Port Harcourt, no sul da Nigéria, de onde eles foram transportados.