O défice da Conta Corrente deteriorou, no primeiro semestre de 2012, em cerca de 54% devido ao aumento da procura de serviços especializados contratados pelas companhias multinacionais activas em Moçambique que estão a investir no sector mineiro.
Até finais deste ano de 2012, estas multinacionais deverão investir em Moçambique cerca de sete biliões de dólares norte-americanos destinados à prospecção de hidrocarbonetos e carvão e para os anos seguintes está previsto um investimento médio anual em torno de 6,8 biliões de dólares destinados ao sector de extracção mineira, devendo as empresas mineiras atingir a sua capacidade máxima de produção e escoamento do carvão a partir de 2020.
Nessa altura, as perspectivas são da arrecadação de receitas anuais de exportação acima de 10 biliões de dólares, segundo o Banco de Moçambique (BM).
Esta instituição refere, entretanto, que o agravamento da conta corrente foi, parcialmente, amortecido pela melhoria do défice da conta de bens onde as exportações aumentaram em 3,6%, contra redução das importações em 2,5% e queda do défice da conta de rendimentos em 32,3%, em face do não repatriamento dos lucros e dividendos dos grandes projectos.
No primeiro semestre, o défice da conta corrente foi de 1347,9 milhões de dólares e retirando o efeito dos grandes projectos o défice agravou-se em 28,2%, para 989,1 milhões de dólares norte-americanos.
Importa, entretanto, referir que o sector mineiro tem registado um maior dinamismo ao longo do primeiro semestre de 2012 no que respeita ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) causado pelos projectos de investimento directo estrangeiro que são recebidos.