Moçambique precisa de incrementar os níveis de produção anual do pescado para alcançar o consumo ideal per capita estimado em cerca de 18 quilos, contra os actuais 10,5.
Actualmente, segundo o Ministro moçambicano das Pescas, Victor Borges, as capturas anuais do pescado estão na ordem de 200 mil toneladas, sendo necessário duplicar esta cifra para que se atinja as 400 mil toneladas.
Para o incremento da produção do pescado, o Ministério das Pescas tem incentivado as populações a abraçar a pi- scicultura, uma área ainda não devidamente explorada no país, não obstante o grande potencial existente.
“Quanto mais capturas houver em lagos, lagoas e rios, podemos dizer que estamos bem. Mas também precisamos de continuar a promover a aquacultura para alcançar os níveis desejados de consumo”, disse Borges, que recentemente visitou a província de Maputo, Sul de Moçambique, onde insistentemente encorajou as populações e diversas organizações a se envolverem na criação de peixe, através de construção de tanques.
Na hora de avaliação dos resultados da visita, o Ministro disse ter constatado bons sinais e grande empenho e vontade das pessoas em praticar a aquacultura.
“Os níveis ideais de consumo de pescado ainda estão distantes, mas este grande empenho e vontade de praticar a aquacultura poderão nos conduzir, muito rapidamente, ao caminho a que queremos chegar”, disse Borges.
A vontade de praticar a aquacultura foi constatada em quase todos os locais onde o ministro escalou durante a sua visita, nomeadamente no Centro Piscícola da Policia da Republica de Moçambique, Escola Pratica do Exercito, bem como no posto administrativo 3 de Fevereiro e no distrito de Marracuene, entre outros.
Nestes locais, o governante moçambi- cano deixou orientações visando a melhoria da actividade e prometeu apoio multiforme da instituição que dirige, sobretudo no as- pecto técnico, para que a piscicultura possa dar resultados desejados.
O Ministro reconheceu que na província de Maputo, embora tenham sido dados alguns passos, a aquacultura ainda está numa fase inicial.
“O crescimento do peixe não é ainda ideal, pois se situa em 150 gramas ou 200 gramas, mas nós estamos a procura de um crescimento de 300 a 350 gramas. Portanto, temos, por um lado, de aumentar e melhorar os tanques de piscicultura, melhorar a qualidade dos alvinos e promover a alimentação para os peixes e, por outro, melhorar o maneio dos tanques”, explicou o Ministro.
Para esse efeito, segundo Borges, o Ministério das Pescas vai traçar um pro- grama de acções para que, nos próximos tempos, a situação melhore.
