O rei Abdullah, da Arábia Saudita, nomeou o seu ministro da Defesa, o príncipe Salman, como herdeiro presuntivo, optando pela estabilidade e a continuidade de cautelosas reformas numa época de desafios para o país, maior exportador mundial de petróleo.
O príncipe Salman, de 76 anos, é visto como um pragmático, e possivelmente irá assumir em breve responsabilidades importantes no reino.
Desde a morte do rei Abdulaziz Ibn Saud, fundador do reino, a sucessão ocorre na linhagem dos seus filhos.
Salman é o terceiro sucessor nomeado por Abdullah, depois da morte de dois irmãos mais velhos, o príncipe Sultan, em Outubro, e o príncipe Nayef, no sábado.
A rápida nomeação não surpreendeu, pois os analistas já previam que Salman mantivesse as reformas sociais e económicas graduais adoptadas por Abdullah, além da política de preços moderados para o petróleo.
Como príncipe regente e posteriormente como rei, Salman, que é 13 anos mais jovem que o actual monarca, terá que lidar com desafios como as ameaças da Al Qaeda, o desemprego sistêmico, as turbulências noutros países do Oriente Médio e a rivalidade com o Irão xiita.
“Eu prevejo mais actividade saudita no exterior, particularmente considerando o que está a acontecer hoje no mundo árabe”, disse Jamal Khashoggi, influente ex-editor de um jornal saudita.
“O príncipe Salman é um pragmático; acho que ele não se importaria em lidar com grupos árabes islâmicos como a Irmandade Muçulmana (do Egito).”
Salman continuará com o seu cargo na Defesa e actuará como vice-primeiro-ministro ao rei Abdullah, de acordo com o decreto real desta Segunda-feira.