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Actividade informal, um meio de sobrevivência

Os vendedores informais do mercado da Machava-sede, na cidade da Matola, afirmam que a prática daquela actividade resulta da busca de um meio de sobrevivência para satisfação das necessidades primárias em suas vidas, aliado ao crescente desemprego que tende a ganhar contornos alarmantes na urbe.

Francisco dos Santos tem 51 anos de idade, desde cedo trabalhou como funcionário público, onde segundo ele, não se sentia livre, devido às crescentes ordens e difícil relacionamento com os seus patrões, o que culminou com o fim do seu namoro com a instituição.

Como a vida é feita de desafios, aquela situação abriu caminho para que rumasse ao mundo do negócio. Conta que foi, há 15 anos, naquele mercado que começou a dar os primeiros passos, como vendedor informal, vendendo diversos artigos, dentre as quais os de vestuário.

Conta que na altura, começou com 500 meticais, onde graças à crescente procura pelos produtos e rentabilidade do negócio, conseguiu erguer a sua modesta casa, e garantir que a família não passe por necessidades.

Com o tempo foi abalado por dificuldades financeiras, o que arruinou o seu trabalho, obrigando a vender a sua morada, de modo a manter o seu auto-sustento em pé.

Apesar de tudo, diz que nem tudo é um mar de rosas, no seio dos comerciantes, porque actualmente a actividade está renhida, devido à concorrência desleal, visto que, basta dar uma volta em cada esquina do bairro há uma banca, o que vezes sem conta acaba reduzindo o poder de compra.

Outro factor importante, que concorre negativamente para a redução da procura está relacionado com o mísero salário dos funcionários que constituem principais compradores dos seus produtos.

Conta ainda que a rotina diária tem sido a mesma uma vez que os volumes de compra variam, o que faz com que haja dias em que a torneira não jorra e noutras se esbanjam.Apesar da inconstante na venda, consegue-se o básico para sobreviver.

A grande preocupação do Dos Santos prende-se nas diversas limitações do sector bancário nacional, que tende a impor grandes restrições no acesso ao crédito, o que muitas vezes não ajuda aos citadinos com fraco poder financeiro, mas que desejam alargar e diversificar a sua actividade.

Por isso, a fonte exorta ao governo para que olhe no comerciante como um indivíduo que contribui para o combate à pobreza no país, através do pagamento das taxas fiscais entre outras existentes no mercado informal.

Apesar destas balizas, sente-se um trabalhador como qualquer outro que ganha a vida honestamente, porque contribui para o desenvolvimento da economia da urbe, uma vez que é um trabalho digno e apela ao governo para criar um instrumento legal que dê valor a essa classe laboral, concluiu.

Por seu turno, Amélia Chaúque, 51 anos, revela que está há cerca de 30 anos na actividade comercial, uma vez ter sido influenciada pelos seus descendentes que também praticavam a mesma, além da busca de meios financeiros para a subsistência da família.

Não obstante, a concorrência desleal, a fonte pede à polícia municipal da urbe para restaurar a ordem e cumprimento da postura urbana, através da remoção dos vendedores que estão em redor dos passeios de nazo nazo, factor este que prejudica o andamento normal do negócio.

O destino da mamana é diferente do seu comparsa, dos Santos, uma vez que ela diz estar satisfeita com o trabalho, bem como ter conseguido alcançar estabilidade financeira na vida, construído uma casa condigna, o grande desafio agora passa por manter a balança equilibrada, garantir o sustento dos estudos dos seus filhos e consolidar as conquistas.

Deixa um recado aos vendedores, que devem unir-se em prol do desenvolvimento do país, assim como humano e social, para de uma vez por todas acabar com este mal, da pobreza que vitima os moçambicanos.

“Somos todos trabalhadores e devemos aproveitar o primeiro de Maio para exaltar os nossos feitos e contributos para o crescimento económico, social e humano, assim como exigir os nossos direitos laborais”, concluiu a fonte.

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