O poder em Madagascar continua nas mãos do chefe de Estado, Marc Ravalomanana, que está agora no palácio presidencial, afirmou neste sábado a presidência em um comunicado, desmentindo a oposição.
“A oposição tomou os escritórios do primeiro-ministro, mas não tem o poder outorgado pelo povo através de eleições democráticas”, disse o comunicado transmitido à AFP.
O primeiro-ministro designado pela oposição havia garantido anteriormente que Ravalomanana e seu governo haviam sido “depostos de suas funções” e que as eleições seriam realizadas em dois anos, após tomar posse das dependências do chefe de governo na capital, Antananarivo.
“Este movimento continua sendo por enquanto uma mobilização nas ruas, que utiliza o terror e a repressão para sobreviver. Uma autoproclamação não lhe atribui o poder legal no país, segundo o comunicado presidencial, que destacou que o chefe de Estado está no palácio de Iavoloha.
O primeiro-ministro da oposição, Roindefo Zafitsimivalo Monja, à frente de um gabinete designado para substituir o governo, apoderou-se este sábado do escritório do chefe de governo. Pouco depois, o líder da oposição, Andry Rajoelina, pediu ao presidente que deixasse com humildade o poder, num prazo de quatro horas.
O conflito entre os dois campos começou em meados de dezembro. Rajoelina, destituído em 3 de fevereiro de sua função de prefeito da capital, multiplica as manifestações contra o presidente e se autoproclamou líder do país. Ao menos 100 pessoas morreram em episódios violentos decorrentes desta crise política.