Supostos membros da seita islâmica nigeriana Boko Haram mataram quatro pessoas e uma grande bomba não detonada foi encontrada em Kano na segunda-feira, disseram autoridades, um dia depois de pelo menos 36 pessoas terem morrido com a explosão de um carro-bomba perto de uma igreja na cidade de Kaduna.
A polícia informou ter encontrado um carro lotado com explosivos perto de um posto de fiscalização militar em Kano, a segunda maior cidade da Nigéria e palco do ataque mais letal já executado pelo grupo Boko Haram – uma ação coordenada que matou 178 pessoas em janeiro.
No domingo de Páscoa, um homem tentou entrar com um carro lotado de explosivos no complexo da igreja durante a missa, mas, depois de ser parado pela segurança, ele voltou e a bomba explodiu perto de um grande grupo de moto taxistas, disseram testemunhas e a polícia.
Funcionários do hospital e uma autoridade da Cruz Vermelha confirmaram o número de mortes e disseram que 13 pessoas estavam feridas em estado grave.
Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelo ataque, mas a aparente escolha de um local de orações cristão como alvo faz relembrar a série de ataques cometidos pelo Boko Haram no Natal do ano passado, incluindo contra uma igreja onde ao menos 37 pessoas morreram e mais de 50 ficaram feridas.
Os militares de Maiduguri, capital do remoto Estado de Borno e base do Boko Haram, disseram que a seita atacou vários alvos, incluindo um banco e uma esquadra da polícia na segunda-feira.
“O ex-presidente de Dikwa, um sargento da polícia e um civil foram mortos pelo BH…três BH foram mortos pelos militares e muitos outros escaparam baleados”, disse Sagir Musa, porta-voz militar em Maiduguri. Musa afirmou que os militares encontraram revólveres, AK47s, um colete a prova de balas e uma van que era usada por membros do Boko Haram.
No Estado vizinho de Yobe, supostos membros do Boko Haram invadiram no domingo a casa do policial Hassan Isa, mataram a tiros a filha dele de 6 anos e feriram outros dois filhos de Isa, disse um porta-voz da polícia local.
O Boko Haram – que quer a aplicação mais ampla da sharia, a lei islâmica, no país mais populoso da África – matou centenas de pessoas este ano em ataques com armas e bombas. A maioria dos casos ocorreu em Borno e nos Estados vizinhos.