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Vale promete resolver os problemas de reassentamento em seis meses

A Vale Moçambique reconhece ter havido falta de diálogo entre as partes envolvidas no processo de reassentamento das mais de 500 famílias na localidade de Cateme, distrito de Moatize, na província central de Tete, e promete resolver os problemas resultantes dentro de seis meses.

Para manifestar a sua insatisfação com o processo, as populações reassentadas em Cateme bloquearam, a 10 de Janeiro corrente, a linha férrea para o transporte de carvão mineral que liga a região de Moatize, em Tete, ao porto da Beira, na província de Sofala.

A população reassentada reivindica a qualidade das casas que lhes foram atribuídas em Cateme que, volvidos menos de dois anos, já apresentam fissuras e admitem a infiltração de água das chuvas.

A Vale também havia prometido atribuir dois hectares de terra a cada família, para a prática da agricultura. Contudo, cada família apenas recebeu um hectare.

O jornal “O Pais” também cita as populações queixando-se pelo facto de terem sido evacuadas para o deserto, sem emprego (que a Vale havia prometido), nem transporte.

Além disso, afirmam, estar a enfrentar uma grave crise de alimentos e acusam o Governo de impassividade perante o seu sofrimento resultante da acção daquela empresa de mineração. Adriano Ramos, director para área de sustentabilidade na Vale Moçambique, reconhece a justeza das reivindicações, asseverando que as preocupações das populações serão resolvidas nos próximos seis meses. Ramos admite ainda que houve falhas ao longo do processo e que desencadearam as manifestações de 10 de Janeiro.

“ Acho que faltou diálogo entre a população, a Vale e o Governo. É preciso que tenhamos um diálogo permanente porque a nossa vontade e’ ver o desenvolvimento de todas as partes, sobretudo de Moçambique. Temos que reconhecer que os processos são dinâmicos. O que era bom há dois anos hoje pode não ser”, disse Ramos.

Para se acabar com as diferenças e conciliação dos diferentes pontos de vista e’ preciso um diálogo permanente entre as partes porque só assim e que serão encontradas as soluções para todos os problemas, vincou Ramos.

O processo de reassentamento das mais de 700 famílias abrangidas está avaliado em 120 milhões de dólares norteamericanos tendo sido investidos até agora cerca de 100 milhões.

Segundo “O Pais”, logo depois das manifestações a polícia, numa operação conduzida pela Forca de Intervenção Rápida (FIR), deteve 14 indivíduos considerados de líderes da revolta e mais tarde levados à vila de Moatize.

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