O príncipe herdeiro holandês, Willem-Alexander, e a sua mulher venderam, última semana, uma controversa “villa” que tinham na província do Maputo, anunciou o primeiro-ministro daquele país, numa carta que enviou ao parlamento.
A luxuosa residência foi vendida no dia 11 de Janeiro, por uma quantia não divulgada, à empresa moçambicana Machangulo SA, anunciou, esta Terça-feira, a rádio pública holandesa.
Na carta ao parlamento, o Primeiro-Ministro holandês, Mark Rutte, assinala que, a partir de agora, o casal real “não tem mais nada a ver com o projecto em Moçambique”.
A residência, concluída em 2011, ocupando quatro lotes de terreno junto a uma praia, foi comprada em 2007 pelo casal real, na remota península de Machangulo, distrito de Matutuíne, província do Maputo, que ali pretendia encontrar privacidade para as férias familiares e participar em projectos de apoio à comunidade.
No entanto, a intenção provocou críticas entre parlamentares e na opinião pública holandeses, levando o casal a desistir do projecto.
O projecto global na península compreendia um condomínio de luxo com 220 “villas” e um hotel de cinco estrelas, promovido pelo grupo Panorama SA, do qual Willem- Alexander de Orange-Nassau surgiu como um dos principais rostos.
Apesar das promessas de construção de uma escola e de uma clínica, a comunidade local contestou o empreendimento, denunciando que estava a ser construído em terrenos que não pertencem ao promotor.
No último ano, nova polémica envolveu o projecto quando lhe foi associado o nome de Soares Nhaca, antigo ministro da Agricultura de Moçambique, e, nesse cargo, responsável pelos serviços de Geografia e Cadastro, que tratam do registo de terras no país.
Em Julho, em declarações a um semanário nacional, Nhaca desmentiu ser accionista ou responsável pelo projecto, mas apenas assessor da Machangulo SA.