O governo moçambicano aprovou, Segunda-feira, em Maputo, uma proposta de lei que cria o Serviço Nacional de Sangue. Esta instituição visa garantir a recolha e disponibilização de sangue humano e hemoderivados em quantidade e qualidade adequadas para as necessidades em terapia de sangue do Serviço Nacional de Saúde.
Falando, minutos após o termo da reunião do Conselho de Ministros, o porta-voz do encontro, Henrique Banze, explicou que “é uma proposta de lei que vai ser submetida para a sua aprovação pela Assembleia da República (o parlamento moçambicano) tendo em conta a importância e abrangência destes serviços em matéria de sangue”.
Banze, que também desempenha as funções de vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, disse que a nova instituição visa fundamentalmente garantir que a recolha de sangue seja feita de uma forma mais institucionalizada.
“Já havia um programa nacional de sangue. Como governo queremos institucionalizar esta matéria e trazer alguns benefícios que pensamos que são importantes, entre os quais a racionalização dos recursos humanos, mais importante ainda uma melhor organização e distribuição de sangue e também uma melhor qualidade do sangue distribuído”, frisou.
Na ocasião, Banze disse que devido as várias doenças que existentes no país, a maioria do sangue recolhido actualmente não possui a qualidade que seria de desejar.
Por isso, disse Banze, todos os anos são lançados apelos aos dadores de sangue para suprir a demanda. Segundo Banze, nos últimos três, quato ou cinco anos as autoridades sanitárias estimam em pouco mais de 100 unidades de sangue recolhidas em Moçambique.
“Mas o país precisa muito mais do que isso, possivelmente precisa mais do que o dobro para se poder satisfazer as necessidades existentes”, vincou.
Prosseguindo, o porta-voz explicou que o novo serviço também visa alinhar o programa de sangue em Moçambique às recomendações da Organização Mundial da Saúde.
“Portanto, haverá uma reestruturação em todo este processo, os hospitais vão deixar de fazer individualmente a recolha de sangue como um trabalho de rotina, pois haverá pessoas especialmente dedicadas a este processo, que será concentrado nas três principais regiões do país”, disse Banze para de seguida acrescentar que os hospitais vão continuar a fazer a recolha e análise de sangue para responder aos casos de emergência.