A fábrica de produção de refrigerantes pertencente à empresa Coca-Cola Sabco, localizada em Chimoio, província de Manica, no centro do país, encontra-se paralisada desde as 20 horas da quinta-feira por falta de energia.
Falando em conferência de imprensa esta sexta-feira, em Maputo, o Director de Relações Públicas e Comunicação da empresa, Francisco Tembe Ferrão, disse que a fábrica está a funcionar com um pequeno gerador, cuja capacidade e’ insuficiente para alimentar toda a linha de produção. Para Ferrão, esta situação poderá inviabilizar a produção, que corresponde a cerca de 22 mil caixas por dia. “Não temos corrente eléctrica na nossa fábrica de Chimoio o que significa que vamos produzir menos de 22 mil caixas que é a capacidade diária. Neste momento a fábrica está a funcionar apenas com um gerador que não tem capacidade suficiente para alimentar toda a linha de produção” disse.
Ferrão aproveitou a ocasião para apelar as autoridades governamentais no sentido de intervirem para solucionar as falhas no fornecimento de energia. “Queremos apoio do Governo para que casos desta natureza tenham uma solução imediata porque todos os planos de aumento de produção vão por “água abaixo” e somos obrigados a voltar fazer a nossa planificação” disse. Segundo o interlocutor, a fábrica da Coca-Cola em Maputo também se ressente do problema de cortes constantes de energia e oscilações da corrente.
“Em Maputo acontece o mesmo. As máquinas são novas e sensíveis e quando surge um corte de energia, mesmo que seja de um ou três minutos, para a máquina para voltar a arrancar ela leva o seu tempo e essa paragem se contabilizada traduz-se numa quantidade considerável de produção perdida”, explicou.
A AIM apurou junto da empresa Electricidade de Moçambique (EDM) que o corte de energia em Manica deve-se as fortes chuvas e ventos que se registam naquela província. Segundo fonte da EDM contactada pela AIM, o fornecimento de energia em Manica já foi restabelecido, mas devido a persistência do mau tempo poderão ocorrer nos cortes. Na ocasião, os representantes de outras empresas fabris queixaram-se, igualmente, dos constantes cortes de energia que afectam, sobremaneira o rendimento dos seus empreendimentos.
O representante da AFRICOM, Paulo Gonçalves, frisou que o fornecimento de energia com qualidade é crucial para a recuperação de investimentos feitos. Gonçalves sublinhou que quando há cortes ou oscilação da corrente de energia, somam-se prejuízos avultados. “Quando há corte de energia somamos prejuízos porque os frangos descongelam e apodrecem, as máquinas param e as linhas de produção demoram a arrancar novamente. Portanto, é fundamental ter esta visão de que sem energia não vamos a nenhum lado e que todos estes investimentos feitos serão em vão”, explicou.
O representante do grupo Mopane, empresa produtora de refrigerantes da marca Fizz, Rogério Cuinica, disse que a fábrica instalada na Machava, província de Maputo, também se ressente da mesma situação. “Nós também temos problemas de energia que está a aumentar nos últimos dias. A situação agravou-se nas últimas duas semanas, e isso prejudica a nossa produção”, referiu. Entretanto, num contacto estabelecido com a AIM, a fonte da EDM disse que não há oscilação e nem cortes constantes de energia que tenha a ver com os sistemas de distribuição.
Para a fonte, o que pode estar a acontecer é haver oscilação interna nas fábricas por causa do equipamento, “o que é normal”. A fonte disse, ainda, a AIM, que a empresa está preparada para responder a eventuais problemas no fornecimento no energia que possam surgir durante a quadra festiva. “Temos equipas de trabalho organizadas para responder a qualquer emergência e os números de piquete estão a ser publicados nos principais jornais nacionais” referiu.
A conferência de imprensa serviu para dar a conhecer o estágio dos preparativos para a quadra festiva do Natal e Fim do Ano, em termos de disponibilidade de produtos alimentares diversos e bebidas.