Os Estados Unidos da América (EUA) dizem estar a trabalhar com outros doadores de modo a evitar uma escassez de medicamentos antiretrovirais (TARV) em Moçambique.
A promessa dos EUA surge como uma espécie de desmentido ao alerta lançado, semana passada, por um grupo de organizações da sociedade civil sobre uma provável escassez de medicamentos TARV a partir do segundo semestre de 2012, uma situação que, a acontecer, afectará mais de 100 mil pessoas.
Em comunicado de imprensa, recebido, Quarta-feira, pela AIM, a Embaixada dos EUA em Maputo refere que “em conjunto com os outros doadores, continuaremos a explorar as maneiras de lidar com desafios de fornecimento de curto prazo para assegurar que Moçambique não enfrente uma escassez destes medicamentos (antiretrovirais) importantes”.
Segundo a fonte, nos últimos dias, o Fundo Global de Combate ao SIDA, Tuberculose e Malária anunciou uma mudança no seu mecanismo de financiamento para permitir a implementação de reformas e lidar com desafios orçamentais.
Os EUA afirmam que este anúncio gerou um alarme quanto a falta de tratamento, mas tal não tem razão de ser porque nenhum país beneficiário de financiamento, como Moçambique, deve ser imediatamente obrigado a suspender os serviços essenciais como resultado destas reformas.
Entretanto, o documento indica que qualquer solução viável de longo prazo terá de envolver uma combinação de fontes de financiamento, incluindo do próprio Governo moçambicano, os EUA e outros doadores, e o Fundo Global de Combate ao SIDA para garantir que os fundos necessários estejam disponíveis.
Aliás, neste aspecto de financiamento, os EUA afirmam que Moçambique pode assumir um papel de maior liderança na luta contra o SIDA, dedicando 15 por cento ou mais do seu orçamento geral para a área da saúde e através do fortalecimento dos sistemas de saúde, conforme indica a Declaração de Abuja.
Actualmente, os EUA são o maior doador para programas de HIV/SIDA em Moçambique e a sua contribuição anual para esta área são de 260 milhões de dólares do total de 340 milhões canalizados para todo o sector da saúde por ano.
De acordo com a Embaixada dos EUA, os programas financiados por aquele país em Moçambique permitem que cerca de 600 mil doentes de HIV tenham acesso a cuidados de saúde.
O comunicado de imprensa sublinha que os EUA não estão a cortar nenhum apoio a programas de HIV em Moçambique nem as suas contribuições para o Fundo Global.
“Na verdade, o nosso objectivo é aumentar o número de indivíduos, especialmente mulheres grávidas, que recebem o tratamento ARV. As metas mundiais aumentaram de quatro para seis milhões de pessoas em tratamento ARV com o apoio do financiamento dos EUA”, refere o documento.