Os Mambas certificaram a sua passagem à fase de grupos do acesso ao Mundial 2014 do Brasil ao vencerem, em casa, as Ilhas Comores (4-1), aumentando assim a vantagem conseguida na primeira-mão.
Os Mambas saltaram ao Estádio Nacional do Zimpeto com a intenção de tomarem as rédeas do jogo desde o primeiro minuto. Graças a esse ímpeto conseguiram ganhar a posse de bola, deixando aos comorianos a opção do contra-ataque.
Ainda assim, a posse de bola conjugada com a intenção de Moçambique jogar com uma defesa subida no terreno não deixou espaços para o adversário explorar a velocidade, os comorianos foram incapazes de protagonizar lances de contra- -ataque e chegarem com real perigo à baliza de Kampango. Contudo, os Mambas tinham a posse de bola, mas não atinavam com a baliza. O primeiro lance de perigo saiu das botas de Paíto. O lateral esquerdo recolheu a bola fora da área de Kampango e “comeu” o corredor esquerdo como um Red Bull e na linha de fundo cruzou para o interior da área de Mohamed Hassane, mas ninguém apareceu para encostar o pé e fazer a alegria dos 10 mil que estavam nas bancadas.
Aos 21 minutos, Telinho rematou com perigo, mas viu Hassane a negar-lhe o golo. Foi preciso passarem quatro minutos para o ENZ ir abaixo. Livre descaído para o lado esquerdo a castigar uma falta sobre Jerry (autor do primeiro golo na curta história do ENZ), barreira formada e Dominguez a imitar Juninho Pernambucano com um golo para ver e recordar. Excelente execução técnica de um jogador que, nesta fase de renovação, é chamado a liderar a equipa.
Com o golo, o jogo ficou ainda mais inclinado para a área dos visitantes. Nessa etapa, Jerry e Miro desperdiçaram duas oportunidades soberanas de dilatar o marcador. Contudo, tantas vezes vai o cântaro à fonte que acaba por deixar a asa. Neste caso foi o golo. Whisky cabeceou ao poste e na recarga o “Canguru” voou para se redimir do primeiro falhanço e engordar a vantagem dos comandados de Gert Engels.
Etapa complementar
Os Mambas voltaram a entrar com o pé no acelerador. Dominguez é um jogador capaz de criar espaços numa cabine telefónica quando está inspirado. Para azar dos comorianos o “puto maravilha” encontrou na incultura táctica dos ilhéus o campo fértil para voltar a ser feliz. Dominguez encheu o campo e revelou uma visão de jogo ao alcance de um predestinado. O futebol de Dominguez precisa de espaço, algo que não tinha quando permanecia preso ao corredor direito.
A par de Dominguez, Zainadine mostrou que de Júnior não tem nada. Foi imenso no corredor direito e um constante perigo para a defensiva comoriana.
Com Dominguez em estado de graça, os Mambas fizeram o terceiro aos 61 minutos, obra de Whisky após cruzamento de Miro. Com o golo, Moçambique cresceu e podia minutos depois ter avolumado o marcador, mas Dominguez, em boa posição de fora da área, chutou para a defesa do guarda-redes. Este lance nasce de mais uma boa incursão de Zainadine Júnior pela direita.
A ganhar por 3-0 e já com o apuramento na mão, os comandados de Gert Engels relaxaram e permitiram que as Comores, que não tinham feito nada para marcar, chegassem ao golo aos 72 minutos por intermédio de Youssouf Baki de cabeça. Kampango esteve mal no lance porque ao invés de aliviar a bola quis segurar algo que acabou sendo fatal.
No entanto, Moçambique não se abalou com o golo sofrido, voltou a ser senhor e dono do encontro. Foi criando alguns lances de ataque e encostando os ilhéus no seu meio reduto. Para refrescar a equipa, o técnico alemão fez entrar Clésio Bauque para o lugar de Miro e acertou em cheio ao fazer entrar o jovem visto que foi ele que aos 83 minutos fez de cabeça o quarto golo, fixando o resultado final em 4-1.