Até ao fim da tarde desta Quarta-feira, a direcção da empresa e trabalhadores da Açucareira de Xinavane, na província meridional do Maputo, mantinham uma série de negociações visando pôr térmo à greve geral iniciada, última Terça-feira, prolongando-se no dia seguinte, 2 de Novembro de 2011.
O nó da discórdia “é um conflito que dura há bastante tempo, opondo os trabalhadores à direcção”, segundo Francisco Mazoio, da central sindical Organização dos Trabalhadores de Moçambique.
Mazoio declinou especificar o que realmente pretende dizer com “conflito”, negando, entretanto, que a greve tenha algo a ver com o aumento salarial, “pois o aumento efectivou-se, realmente, em Abril de 2011, durante as negociações por sectores de actividade do salário mínimo nacional, entre os sindicatos, empregadores e Governo”, mais tarde aprovado pelo Governo.
Mas junto de fontes de dentro da fábrica, o Correio da manhã apurou que tal conflito tem a ver com disparidades salariais existentes entre os trabalhadores moçambicanos e expatriados, maioritariamente, originários da África do Sul.
Foram infrutíferas as tentativas de o nosso jornal contactar a direcção e sindicatos da Açucareira de Xinavane, uma vez que os seus telemóveis estavam desligados, sabendo-se apenas que havia uma forte presença policial na empresa, tentando dispersar os trabalhadores grevistas.