A produção de soja no distrito do Gúruè, província da Zambézia, Centro de Moçambique, está a ter um impacto positivo no seio dos agricultores, alguns dos quais, após a colheita, obtêm rendimentos superiores a 300 mil meticais (pouco mais de 11 mil dólares americanos).
“No Gúruè, temos produtores de soja que depois de vender a sua produção e pagar todas as despesas inerentes ao processo produtivo, ficam com 300 mil meticais líquidos”, disse o chefe dos Serviços Provinciais de Agricultura na Zambézia.Luís Tomo referiu que com a produção de soja, os agricultores estão a melhorar as suas condições de vida, sobretudo através da construção de casas com material convencional e aquisição de meios de transporte, para além da melhoria da dieta alimentar das famílias.
Nos últimos tempos, assiste-se no Guruè a um forte envolvimento de agricultores na produção de soja, aparentemente devido à garantia existente de mercado para a sua colocação a preços favoráveis, que em alguns casos ultrapassam os 13 meticais/ quilograma.
No mercado internacional, o preço é de cerca de 450 dólares norteamericanos/ tonelada. Segundo Tomo, “a agricultura dá dinheiro. A soja, o amendoim, o milho e o gergelim são culturas promissoras na província da Zambézia e têm mercado assegurado”, disse.
Nos últimos tempos, a produção de soja tem vindo a ganhar notoriedade em Moçambique, particularmente nas províncias do Centro e Norte do país, mercê dos incentivos concedidos pelo Governo e parceiros.
Tais incentivos incluem, fundamentalmente, o fornecimento de sementes melhoradas aos produtores, o que permite que a produção de soja registe já subidas bastante significativas nas províncias produtoras de soja.
Dados do Ministério da Agricultura indicam que desde a época agrícola 2003- 2004, quando se iniciou a produção de soja, os rendimentos médios por hectare aumentaram cerca de 100 por cento, ou seja, passaram de 500 quilogramas/hectare para 1000 quilogramas/hectare.
Por seu turno, a área de produção também tem vindo a crescer consideravelmente, passando de 500 hectares na campanha 2003-2004 para 6200 hectares na campanha finda, uma vez que os pequenos produtores que começaram com menos de um hectare, aumentaram as suas áreas para três ou quatro hectares.