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Governo e doadores em diálogo de “mudos e surdos”

A sociedade civil moçambicana acusa o Governo e seus habituais parceiros externos de cooperação de estarem a enveredar por um diálogo equiparado “a conversa entre mudos e surdos” sobre a gestão da ajuda externa.

Em documento a ser apresentado pela mesma agremiação, em Novembrio de 2011, na conferência internacional sobre eficácia da ajuda, a ter lugar na cidade de Busan, na Coreia do Sul, ela dá exemplo da forma como foi gerido o financiamento externo de 10 biliões de dólares norte-americanos recebidos entre 2003 e 2009, cuja “gestão não foi transparente e alertamos o Governo e os parceiros mas estes responderam-nos em acusações mútuas, sem mudanças concretas, muito menos penalizações disciplinares plausíveis”.

Adianta a sociedade civil moçambicana vincando que “os índices de pobreza absoluta agravaram-se naquele período” e que resultados de uma pesquisa desenvolvida pelo Grupo Moçambicano da Dívida (GMD) sobre as causas deste agravamento indicam que “ainda persistem fenómenos de má afectação dos dinheiros”, em Moçambique.

Apenas os fundos da ajuda externa a Moçambique possibilitam crescimento da sua economia “que não se reflete na melhoria da qualidade de vida da população, nem no aumento da produtividade agrícola”.

Para o caso dos parceiros externos de cooperação, a sociedade civil moçambicana acusa-os de “intromissão excessiva nos asuntos do país, para além de condicionarem apoio à dolorosas e polémicas reformas económicas, representando perdas económicas substanciais”.

Para a mesma sociedade civil, “o mais frustrante foi descobrir que quando há incumprimentos dos dois lados, Governo e dos doadores, tudo termina em acusações mútuas, sem mudanças concretas, muito menos penalizações disciplinadoras plausíveis”, reitera no seu documento a caminho da Coreia do Sul, em Nomembro próximo.

Entretanto, a sociedade civil moçambicana reconhece a existência de “fraca comunicação entre os actores da sociedade civil relativa à gestão e controlo da ajuda externa ao país”.

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