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Rompimento de tubagem do FIPAG inunda habitações e Escola Primária

Vários residentes do bairro do Vaz, na cidade da Beira, estão desde há dias com casas inundadas, devido ao rebentamento da “caixa” da tubagem do Fundo de Investimento e Património de Água (FIPAG).

A situação abrange também 750 crianças da 1ª a 5ª classes da Escola Primária local, que se encontra cercada pelas águas, tal como constatou a nossa Reportagem do Jornal Diário de Moçambique.

A zona afectada pelas inundações é a Unidade Comunal “A”, quarteirão número sete, que se localiza no lado esquerdo, para quem sai dos semáforos da Munhava, em direcção ao Aeroporto, através da chamada auto-estrada. Para as pessoas terem acesso às suas residências passam por uma gincana jamais vista. Aliás, casos há em que a água entrou no interior dos quartos, obrigando os donos a procurarem refúgio, a exemplo do cidadão que se identificou por Fernando Joaquim.

“Estou a passar mal, porque há três dias que não durmo na minha casa, porque a água entrou na sala e quarto. Durmo na escola. É uma situação caótica que estamos a atravessar” – disse Fernando Joaquim, quando ontem foi abordado pela Reportagem do Diário de Moçambique, que se deslocou ao Vaz, para se inteirar das inundações. Maria Ernesto, mais conhecida por Vinho, é uma das vítimas das inundações que ocorrem no Vaz. Explicou que “a água cercou toda a minha casa e para entrar é preciso uma ginástica. O problema é que o FIPAG está a demorar resolver este problema, porque já passa tempo”.

“Estamos numa situação difícil, pois as nossas casas estão cercadas de água. Esta água não é da chuva, mas sim do tubo que se furou. Veja que também as nossas crianças não estão a estudar devido à água na escola. Este é um problema que deveria ser resolvido logo de imediato” – observou a cidadã de nome Eva Titosse.

Ângela Zacarias é uma das vítimas das inundações do Vaz. A sua casa está quase a ser atingida pelas águas. Disse estar preocupada, porque não sabe quando é que o problema terá solução. Para sair da casa ela e os outros componentes do agregado familiar têm de procurar sítios que não tenham sido atingidos. “Este problema apareceu-nos de repente e pensávamos que fosse passageiro, mas, afinal de contas, veio para ficar, pelos vistos” – explicou a cidadã Ângela Zacarias, acrescentando que gostaria que os trabalhadores do FIPAG acelerassem a reparação da tubagem, para garantir o bloqueio das inundações.

Outra cidadã que se encontra preocupada pela situação chama-se Evelina Castigo. Disse que para conter as inundações, optou por fazer entulho em volta da sua casa. Ela e suas filhas estavam ontem a carregar a areia de um local para a sua residência. “Não temos alternativa, senão fazer o aterro, visto que as inundações teimam em progredir e se o trabalho que o FIPAG está a fazer não resultar hoje, a situação poderá prevalecer por mais tempo. É triste o que está a acontecer connosco” – lamentou a nossa entrevistada, que na altura trazia consigo sacos com os quais transportava a areia para o aterro da sua casa.

Maria Justino também se mostrou preocupada, na medida em que a situação das inundações não teve solução imediata. “O problema é que estamos mergulhados na água há três dias. Devia ter havido intervenção logo que se registou o rompimento da tubagem” – opinou a interlocutora, que, igualmente, se encontrava a fazer o aterro, juntamente com as crianças, para impedir a progressão das águas.

Um jovem, que se identificou por Sérgio Luís, afirmou que as inundações estão a progredir porque não houve intervenção imediatamente. “Estamos a passar mal e corremos o risco de a água atingir-nos dentro da casa quando estamos a dormir e aí a situação será pior” – alertou.

O director pedagógico da Escola Primária do Vaz, José Semo, disse que as inundações estão a ameaçar a vida das 750 crianças que estão a estudar em três salas de aula cercadas de água. “Estamos, por isso, preocupados e gostaríamos que a solução fosse imediata” – sugeriu.

O Diário de Moçambique abordou na sexta-feira o chefe da equipa do FIPAG destacada para o local do incidente, tendo dito que não estava autorizado a falar à imprensa, mas apuramos que foi descoberto um furo na “caixa” da tubagem, que está a libertar a água. “Estamos a trabalhar para solucionar o problema” – garantiram trabalhadores do FIPAG, que ontem estavam no terreno a entregar-se afincadamente, pondo uma moto-bomba a funcionar para puxar a água, que está a escorrer atingindo vários locais.

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