A crise financeira global está a comprometer as metas do Governo moçambicano de alfabetizar anualmente cerca de um milhão de pessoas.
Esta avaliação foi feita publicamente esta terça-feira pelo director nacional de Alfabetização e Educação de Adultos, Laurindo Nhacune.
De acordo com Nhacune, o Governo moçambicano debate-se actualmente com graves problemas financeiros para assegurar a sustentabilidade dos programas de alfabetização.
Devido a esta situação, o número de alfabetizadores (professores) contratados anualmente foi reduzido de 30 para 20 mil. “Alfabetizar um milhão de pessoas por ano implica muitos recursos e nós não temos dinheiro neste momento para podermos continuar a contratar os 30 mil alfabetizadores, por ano”, disse Nhacune.
Alternativas
O responsável acrescentou que o Governo moçambicano vai contar com o apoio dos estudantes do Ensino Secundário e Superior e jovens em idade militar para apoiarem no processo de alfabetização e educação de adultos.
Ao abrigo da Lei do Serviço Cívico, recentemente aprovada pela Assembleia da República, as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) serão igualmente integradas nesta actividade. Laurindo Nhacune falava em Nampula à margem da abertura de um seminário para formação de 40 técnicos e dirigentes daquele sector, provenientes de todo o país.
No evento participaram alguns dirigentes dos Institutos de Formação de Educadores de Alfabetizadores de Adultos e Jovens (IFEA), uma instituição criada no ano passado.
Nampula acolhe, entre 22 e 24 deste mês, a 10ª Reunião Nacional do sector que, entre várias questões, vai avaliar as actividades realizadas ao longo dos últimos 12 meses e analisar os currículos de alfabetização e de formação de alfabetizadores.