Cerca de duas toneladas de haxixe terão sido descarregadas no distrito costeiro de Angoche, entre os dias 3 e 4 de Junho passado, de um navio ancorado no alto mar cuja proveniência ainda se encontra em investigação policial, segundo anunciou, esta terça-feira, em conferência de imprensa, Inácio Dina, chefe de Relações Públicas no Comando Provincial da corporação em Nampula.
A polícia ter-se-à apercebido deste circuito a partir da apreensão, na semana passada, de 48 embalagens daquele produto, correspondentes a igual número de quilogramas.
De acordo com a fonte, o produto estava a ser vendido, ao nível da cidade de Nampula, por um cidadão residente no bairro de Muhala-Belenenses.
Contudo, um professor da escola primária de Mutomote, arredores da mesma cidade, é também indiciado de ter , semanas atrás, adquirido e revendido mais de 50 quilogramas daquele tipo de produto.
Inácio Dina afirmou que a quantidade da droga apreendida faz parte de um lote de 90 quilogramas supostamente desviados pelos trabalhadores de Faustino Omar Atumane, residente no bairro de Inguri, em Angoche e tido como “comerciante de haxixe de longa data”.
Considerado nos últimos meses como empresário de sucesso, Atumane é detentor de algumas embarcações de pesca que, supostamente, eram usadas para o transporte do haxixe do local de descarregamento para a Ilha de Iyatá ( Angoche) e de lá para a região continental.
Aliás, uma das suas viaturas, de marca Toyota Corolla , com chapa de inscrição MMQ 21-48, que a polícia afirma ter sido adquirida com o dinheiro resultante do negócio de haxixe, encontra-se nas mãos das autoridades policias, incluindo duas embarcações a motor da frota de seis que o empresário possui.
Em conexão com este caso, onze indivíduos, incluindo Faustino Atumane, encontram-se detidos nas celas da Polícia de Investigação Criminal (PIC) para mais averiguações.
Entretanto, o denominado cabecilha e seus sete marinheiros detidos negam qualquer envolvimento neste caso, conquanto confirmem a sua sistemática deslocação às ilhas, em actividades de pesca ou simples passeio.
Todavia, a polícia diz que vai continuar a investigar o assunto para identificar a proveniência do navio que atracou em Angoche em Junho, incluindo o destino que terá sido dada às cerca de duas toneladas de haxixe descarregadas então.