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Aluno que não saibam ler e escrever “Chumba a partir de 2012” afirma Ministro da Educação

A partir do próximo ano lectivo o aluno do Ensino Primário que não revelar competências de leitura e escrita chumba de classe, numa medida que corrige o que está em vigor, em que praticamente todos, mesmo denotando fraquezas na aprendizagem, progridem de ciclo. A informação foi revelada esta quarta-feira em Lichinga, província do Niassa, pelo Ministro da Educação, Zeferino Martins, na abertura do Conselho Coordenador do sector.

Na mesma ocasião, explicou que a medida visa garantir qualidade do Ensino Primário, daí que para o ano será introduzido o sistema de avaliação da competência de leitura e escrita, em que só os que se revelarem capazes transitarão de ciclo. Neste momento, segundo o jornal Notícias, ultimam-se os indicadores de qualidade que irão servir de base de avaliação das competências de leitura e escrita que o aluno deverá alcançar nos três ciclos do Ensino Primário, designadamente primeiro (1ª e 2ª classes), segundo (3ª à 5ª classe) e terceiro (6ª e 7ª classes).

Assim, todos os alunos que não conseguirem alcançar os indicadores a serem estabelecidos até final deste ano serão retidos nas classes terminais de cada ciclo (2ª, 5ª e 7ª classes) de modo a repetir o ciclo e só transitarão quando registarem melhorias.

A definição de indicadores visa suprir a actual lacuna no sistema de avaliação, no qual o professor praticamente não tem tido balizas consistentes para determinar se o aluno está ou não apto em termos de captação da matéria para progredir. Deste modo, o Instituto Nacional de Desenvolvimento da Educação irá apresentar até ao final do ano em curso componentes de avaliação a serem tidas em conta na apreciação que o docente deverá passar a fazer aos seus alunos em cada ciclo de aprendizagem.

Zeferino Martins apontou que para elevar os níveis de conhecimento dos alunos e de modo a familiarizarem-se cada vez mais com o ensino e com as novas tecnologias a Educação vai apostar na implementação do programa “um computador por criança”, que já decorre em quatro províncias. Ao todo já foram distribuídos três mil computadores aos alunos da 1ª à 5ª classe. “Do mesmo modo, será revisto o currículo de formação de professores, com primazia para a introdução de um novo paradigma de formação baseado em competências profissionais para o ensino, e com a duração de três anos”, disse.

Para o governante, o MINED assume, perante a sociedade e o mundo, o compromisso de oferecer uma educação de qualidade às crianças, jovens e adultos, na perspectiva de muni-los de instrumentos que desenvolvam as suas capacidades no saber, saber-fazer, saber-estar e saber-ler, de modo a intervir no processo de desenvolvimento do país com os conhecimentos e habilidades requeridos.

O titular da pasta da Educação sublinhou que o sector tem que continuar a fazer de tudo para que as escolas se tornem verdadeiros centros de formação de jovens flexíveis, capazes de se adaptar a um mundo em constantes mudanças, tornando-se num baluarte na luta contra a violência e o abuso sexual de crianças e jovens. “O momento impele-nos a assumir novas posturas, novas atitudes para honrarmos o nosso compromisso, o de fazer da educação, tal como nos é exigido, o instrumento primordial no combate à pobreza, à ignorância, ao obscurantismo e ao subdesenvolvimento” – disse.

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