As autoridades sul-africanas deportaram, semana passada, para Maputo, um grupo de 16 emigrantes sul asiáticos que terão entrado naquele país de forma ilegal através das fronteiras moçambicanas.
Trata-se de 11 cidadãos bengalis e cinco paquistaneses que, segundo a Polícia moçambicana (PRM), foram devolvidos no passado dia 26 de Julho para Moçambique através da fronteira de Ressano Garcia, distrito de Moamba, província de Maputo.
“Eles foram devolvidos para aqui porque alegadamente terão declarado, junto as autoridades sul-africanas, que entraram naquele país via Moçambique”, explicou o porta-voz do Comando-geral da PRM, Pedro Cossa, falando hoje, em Maputo, durante o habitual briefing semanal com a imprensa.
Cossa disse que a situação destes cidadãos esta a ser averiguada, havendo agora todas as possibilidades em aberto, incluindo a de eles terem apontado Moçambique como local da sua proveniência para poderem retornar àquele com facilidade.
A PRM diz que poderá contactar as autoridades sul-africanas se os indivíduos devolvidos oferecerem dúvidas sobre se passaram ou não de Moçambique.
Contudo, se se provar que, de facto, eles entraram no território sul-africano via Moçambique, o Governo terá de se responsabilizar pela deportação dos mesmos para os seus países de origem.
Para o efeito, há duas alternativas: ou Governo arca com as despesas de deportação dos 16 indivíduos aos seus países, ou obriga a companhia transportadora que os trouxe a Moçambique para os devolver à sua proveniência.
“Agora está a acontecer um processo de consulta”, disse Cossa, apontando, no entanto, que a deportação dessas pessoas requer vários recursos financeiros.
Entretanto, este não foi o único caso de emigração ilegal registado pela PRM na semana passada. Sexta-feira última, pele menos 14 paquistaneses foram detidos por posse de passaportes com vistos falsos.
Cossa disse que os vistos em causa são do Estado moçambicano, mas não se sabe onde foram emitidos. Estes indivíduos foram detidos no Aeroporto Internacional de Maputo apos o desembarque, vindos de Luanda (Angola) através do voo TM471 da companhia Linhas Aéreas de Moçambique.
Neste momento, este grupo encontrase detido aguardando pelo repatriamento. Estes casos marcam o retomar da emigração ilegal em Moçambique depois de se ter verificado um ligeiro abrandamento nos últimos meses.
Em Janeiro passado, também já houve casos de entrada de cidadãos estrangeiros ao país com vistos falsos, também através de fronteiras aéreas, desta feita pela companhia Ethiopian Airlines.
Ainda nos princípios deste ano, outros emigrantes ilegais foram devolvidos pelas autoridades sul-africanas para Moçambique, a semelhança do que aconteceu na semana passada. No total, a PRM deteve 1.104 pessoas na semana passada, em todo o país, dos quais 59 devido a emigração clandestina.
Destes contam-se os quatro paquistaneses e dois bengalis que foram detidos na via pública em Maputo, estando agora a aguardar o seu repatriamento.