Uma equipe composta por membros da Policia Marítima e de Inspecção pesqueira apreendeu na passada Terça-feira ultima, na cidade de Maputo, a capital moçambicana, elevadas quantidades de espécies marinhas que estavam em processo de conservação para posterior exportação para a China e outros mercados asiáticos. A apreensão destas espécies, cuja captura é proibida por lei, ocorreu numa residência de cidadãos chineses no bairro da COOP, uma zona nobre da capital moçambicana, na sequência de uma denúncia feita por vizinhos.
Depois de uma aturada vasculha na referida residência, a equipa acabou descobrindo, no quintal, grandes quantidades de holotúrias, (pepino do mar) espalhadas pelo chão em processo de secagem e outras tantas que já estavam embaladas em sacos armazenados no interior da residência. Durante a operação foram, igualmente, encontradas quantidades não especificadas de barbatanas de tubarão também em processo de secagem. Desta espécie quatro barbatanas representam um tubarão morto. Dentre as espécies apreendidas encontram-se ainda algumas quantidades de cavalosmarinhos e tartarugas marinhas em criação num tanque de água. A captura de tartarugas marinhas, espécies consideradas em extinção, é proibida por lei em Moçambique.
O jornal “O País” refere que os produtos apreendidos foram evacuados para a Direcção de Pescas da cidade de Maputo, onde ficarão armazenados enquanto decorre o processo de investigação para se esclarecer os contornos desta operação de exploração desenfreada dos recursos marinhos no país.
A China é o maior importador de holoturias, um marisco que foi declarado, em 2009, uma espécie em extinção pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). As holoturias são da família da estrela-do-mar e são matéria-prima para o fabrico de produtos cosméticos e na indústria farmacêutica e na culinária. Elas são usadas na confecção de sopas, principalmente, na preparação de carne ensopada e conservas.