Estudantes, jovens engenheiros e especialistas moçambicanos em Engenharia Geotécnica exibem, desde esta segunda-feira, e por quatro dias, os resultados das suas pesquisas sobre estradas, barragens, túneis, problemas da erosão, material de construção, escavações e estabilidade das encostas.
Os trabalhos fazem parte de 94 estudos sobre aquelas matérias feitos em vários países africanos e por estrangeiros nos mesmos países africanos que estão sendo apresentados para debates no decurso da XV Conferência Regional Africana sobre Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica, a decorrer na capital moçambicana entre 18 e 21 deste Julho.
O encontro está a ser aproveitado por participantes moçambicanos que são estudantes, jovens engenheiros e professores universitários da Engenharia Civil para troca de experiências com os colegas expatriados sobre melhores formas de aproveitamento de conhecimentos existentes sobre a geotecnia, tida como “vital para a solidez e bom nome futuro dos empreendimentos”, segundo Carlos Quadros, presidente da Associação Moçambicana de Geotecnia (SMG).
Qualidade das obras
Indagado pelo Correio da manhã, esta segunda-feira à margem daquele encontro, sobre as razões da fraca qualidade dos empreendimentos feitos ultimamente em Moçambique, Quadros assacou as culpas à alegada “fraca qualidade” que os discentes trazem dos Ensinos Primário, Secundário e Técnico.
“Essas debilidades são depois transportadas para o Ensino Superior”. No entender do engenheiro moçambicano Saturnino Chembeze, membro da SMG, a fraca qualidade das obras deriva da “má qualidade de quem faz o estudo, fiscaliza, bem como da má qualidade do material de construção. Tudo isso é determinante para se ter uma boa ou má obra no fim”.
Quadros e Chembeze defendem, entretanto, o aumento do investimento e investigação no Ensino Superior, em Moçambique, “se quisermos ter obras de melhor qualidade no país”, realçaram.
A XV Conferência Regional Africana sobre Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica foi, refira-se, aberta pelo Presidente da República, Armando Guebuza, que se fazia acompanhar por membros do seu Executivo.