O Banco Mundial (BIRD) considera que o apoio do Grupo de 19 países e instituições financeiras internacionais maiores financiadores do Orçamento do Estado e programas de desenvolvimento de Moçambique está a criar uma maior dependência do país a desígnios de 30 países mais ricos do mundo membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
A posição vem expressa no livro “Sim África Pode. Histórias de Sucesso de um Continente Dinâmico”, da autoria de Punam Chuhan-Pólo e Angwafo Manka, a ser publicado esta quinta-feira, no Maputo, e feito com base em resultados de uma pesquisa encomendada pelo Banco Mundial sobre as recentes conquistas económicas do continente africano.
A pesquisa procurou saber o que funcionou e porquê, para além de ter procedido a uma reavaliação de alguns sucessos do passado amplamente aceites com a finalidade de promover a aprendizagem regional e ampliar o conhecimento das transformações que ocorreram em muitos países africanos.
“A ajuda orçamental faz com que o país seja mais dependente das políticas de doadores da OCDE”, resume o livro depois de uma resenha sobre acções desenvolvidas pelo Governo moçambicano no período que se seguiu ao último conflito armado oficialmente terminado em 1992 entre a antiga guerrilha da RENAMO e o Governo da FRELIMO.
Agricultura & emprego
Chuhan-Pólo e Manka destacam ainda no seu livro “o rápido crescimento da economia moçambicana”, situação que criou condições para o país “beneficiar de partes maiores de auxílio ao abrigo do apoio orçamental directo do G-19”.
Os autores destacam igualmente as “sólidas políticas fiscal e monetária” introduzidas pelo Governo no seu programa macroeconómico que dá maior ênfase à promoção do sector empresarial privado “como líder do crescimento socioeconómico do país”.
Já no concernente à Agricultura e Emprego, o livro censura o facto de este programa não estar a criar muitos postos de trabalho e também não apoiar o sector da Agricultura para a produção de bens alimentares visando combater a pobreza absoluta que afecta mais de 50% da população moçambicana.