O presidente da Comissão da União Africana (CUA), Jean Ping, reitera para que os lideres africanos reflictam em torno da onda de revoltas actualmente em curs o no mundo árabe, e que sejam criadas condições que satisfaçam as aspirações do povo.
Falando no decurso da XVII Cimeira dos Chefes de Estado da União Africana, que decorreu na semana finda em Malabo, Guiné Equatorial, Jean Ping disse que as revoluções ocorridas na Tunísia e no Egípto deveriam encorajar uma reflexão nos outros países, de forma a se precaverem de situações de género, ao invés de apenas se limitarem a proferir críticas. Para o efeito, segundo Ping, é importante que os líderes africanos façam tudo ao seu alcance para uma melhoria na governação e respeito pelas liberdades fundamentais dos seus cidadãos.
A semelhança das suas declarações proferidas durante a XV Cimeira do Fórum de Revisão dos Pares (APR), que teve lugar na passada quarta-feira, em Malabo, um evento a margem da Cimeira da UA, o Presidente da CUA destacou que as revoltas em curso no mundo árabe derivam das aspirações da juventude que ambiciona melhores condições sociais e económicas. Após as revoltas, Jean Ping visitou a Tunísia e o Egípto, onde, segundo ele, as liberdades são hoje um facto e papáveis. Ele explicou que a visita tinha em vista testemunhar e encorajar os povos dos dois países.
Refira-se que a cimeira da UA decorreu sob lema “Acelerando o Empoderamento da Juventude para o Desenvolvimento de África. Falando sobre este tema, vários chefes de Estado africanos reconheceram a necessidade de se reflectir sobre o papel da juventude para o desenvolvimento do continente, encorajando, porém, os jovens a procurarem formas de auto-superação.
O presidente moçambicano, Armando Guebuza, que falou na sessão dedicada a juventude, defendeu a necessidade para o estabelecimento de parcerias entre os jovens e outras gerações, para que África possa efectivamente vencer a pobreza. Para Guebuza, um dos principais obstáculos ao desenvolvimento é a pobreza que afecta todas as camadas sociais. O estadista moçambicano destacou na ocasião a importância da unidade na luta contra este mal, pois “é na unidade das diferentes gerações que se vencem os grandes obstáculos”.
Por seu turno, o Secretário-geral adjunto da Liga Árabe, Ahmed Ben Helt, secundou as declarações de Jean Ping vincando ser crucial a reflexão sobre o papel da juventude no continente, pois, esta camada social “está em linha com as revoluções e mudanças, desta feita no mundo árabe. Ahmed Bem Helt anotou que os cidadãos almejam transparência e boa governação. Assim sendo, a situação no mundo árabe levanta novos desafios e responsabilidades na busca de mecanismos para atender esses movimentos que clamam pelas mudanças. “Não se pode usar a força contra os movimentos que clamam pelas mudanças”, disse aquele dirigente árabe, que também falava, Quinta-feira, primeiro dia da Cimeira da UA. Ele reiterou que a Liga Árabe e a UA são duas organizações parceiras, pelo que devem continuar a trabalhar em conjunto na procura de soluções para as crises que flagelam alguns dos seus Estados membros.
Relativamente a situação na Líbia, país membro da UA e da Liga Árabe, Ahmed Helt apelou para que se faça tudo para evitar mais vítimas humanas, procurando uma solução negociada, sem contudo “deixar de atender as legitimas exigências do povo líbio” Para a Secretária-geral Adjunta das Nações Unidas, a tanzaniana Asha-Rose Migiro, a União Africana e o mundo em geral devem trabalhar arduamente em defesa da vida das populações inocentes. No caso da Líbia, Migiro disse esperar que o Comité ad-hoc de Alto Nível criado para efeito saiba trabalhar para assegurar as legítimas aspirações do povo. Migiro também enalteceu os esforços da União Africana e seus parceiros pelo seu sucesso na busca de soluções para a questão do Sudão, que resultou no nascimento de um novo Estado em África, cuja independência se assinala no corrente mês.