Arranca, em Agosto próximo, a produção de lusalite na nova fábrica deste material localizada em Nampula–Rapale, Norte de Moçambique, cujo investimento é chinês na ordem de 370 mil dólares norte americanos.
De acordo com os planos iniciais, esta fábrica devia ter iniciado as suas actividades em Junho corrente, o que não veio a acontecer devido a alguns problemas técnicos na linha de produção.
“Tivemos o problema na principal linha de produção, que é o moinho, mas a peça em falta já está a caminho, importada da China e esperamos que até Agosto a verdadeiro obstáculo era o colonialismo. Assim as nossas energias e determinação, a nossa coragem, cristalizaram-se em torno de um ideal maior que era o de libertação”, disse o estadista moçambicano, reiterando que a luta só foi possível porque se compreendeu que a única arma poderosa era a unidade.
Na ocasião, Guebuza disse não ser possível conceber uma nação comum outra opção que não seja esta a de investir na sua juventude, pois, “a juventude é, sem dúvida, o outro nome do futuro”.
“É nela e através dela que a sociedade se reproduz e se reproduz, se renova e se consolida como comunidade com um ideal e destino para enfrentar os desafios do presente e do futuro”, disse.
Segundo ele, a questão que se coloca não é se faz ou não algo para a juventude, mas isso sim equacionar as contas de fazer mais e melhor o que se tem vindo a ser feito prol da juventude.
O presidente moçambicano defendeu a necessidade de se priorizar, por exemplo, o sector da educação para ultrapassar algumas das preocupações dos jovens.
Reconheceu, neste contexto, que os países africanos têm estado a registar sucessos na expansão da rede escolar e na democratização ao acesso ao ensino.
Contudo, nota-se a existência de dificuldades de se operar, com celeridade, as necessárias transformações curriculares para que a maioria das instituições de ensino não continuem ser incubadoras de futuros desempregados.
“Urge transformar as instituições de ensino em verdadeiros centros de preparação do homem e da mulher determinados a fazer a sua parte na superação dos múltiplos desafios da actualidade”, apelou Guebuza, acrescentando que “o nosso ensino deve ser mais competitivo de modo a produzir graduados com alto grau de empregabilidade que possam disputar ofertas de emprego dentro e fora dos seus países de origem, tirando vantagens do processo de integração regional e continental, bem como da globalização”.
Por outro lado, Guebuza disse ser necessário explorar de forma mais eficiente o potencial de advento das tecnologias de informação e comunicação para a concepção e criação de novas profissões (do século 21).
“Transformar as instituições de ensino incubadoras de desenvolvimento não é, todavia, o maior desafio que temos pela frente. O nosso maior desafio tem a fábrica esteja a laborar em pleno”, explicou Romão Simão, gerente da fábrica, citado pelo jornal “Notícias” de quinta-feira.
A referida fábrica poderá reduzir os custos de aquisição de lusalite naquele ponto do país, uma vez que, actualmente, o material vendido em Nampula é proveniente da província central de Sofala, que dista a cerca de mil quilómetros.
A entrada em funcionamento desta unidade fabril, com capacidade instalada de 375 mil chapas de lusalite por ano, é aguardada com muita expectativa em Nampula onde poderá impulsionar a economia local, com impacto na criação de postos de trabalho.
Ainda no distrito de Nampula-Rapale, no posto administrativo de Anchilo, uma outra indústria, desta feita de processamento de castanha de caju, entrou recentemente em funcionamento.
Com capacidade para processar cinco mil toneladas de castanha de caju por ano, esta fábrica emprega cerca de 800 trabalhadores e a sua produção poderá ser exportada para diversos mercados, incluindo os Estados Unidos da América, Europa e Médio Oriente.