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Conservar as florestas é lutar contra a pobreza-Guebuza

A conservação e preservação das árvores constitui um factor determinante na manutenção do ciclo regular das chuvas que, por sinal, ainda desempenham um papel fundamental no sucesso da actividade agrícola, fonte de subsistência da maioria dos moçambicanos.

Esta posição foi defendida pelo Presidente da República, Armando Guebuza, no comício que orientou, Sábado último, no Posto Administrativo de Zambue, distrito do Zumbo, que dista a cerca de 600 quilómetros a noroeste da cidade de Tete, a capital provincial, e que marcou a penúltima etapa da sua visita de trabalho a esta região do pais.

O posto administrativo de Zambue, a semelhança de muitos distritos do Norte desta província, tem um forte potencial agrícola e consegue produzir nas várias campanhas agrícolas óptimas quantidades de cereais que, devido a enorme e “espinhosa” distância com a capital provincial, acabam no mercado da Zâmbia, para evitar a sua deterioração.

Guebuza, cuja tónica dominante em quase todos os comícios é a mensagem sobre as diversas formas de combater a pobreza, deu uma aula de educação ambiental, em Zambue, ao estabelecer uma interdependência entre as árvores (recursos florestais).

Nos últimos tempos, segundo o Presidente, as chuvas caiem antes ou depois da época chuvosa, devido as progressivas alterações de alguns factores determinantes para a chuva, entre eles as florestas.

“Nos últimos tempos não sabemos quando é que vai chover e já não temos certeza sobre ela”, explicou o Chefe de Estado, apontando que, as vezes, a chuva cai antes ou depois da sua época e, para ela cair não depende de Zumbo, Tete ou Fíngoè, mas vários aspectos como a quantidade de árvores existentes no planeta.

Guebuza apontou, por outro lado, que as florestas do planeta desempenham um papel preponderante na purificação do ar que a espécie humana respira, mas mesmo assim ainda há derrube indiscriminável de árvores.

“Há florestas como na RDCongo de onde sai muito ar puro. Mas os homens cortam as árvores a procura de madeira para o fabrico de mobílias, transformação em combustíveis caseiros (carvão e lenha), porém outros é pura e simplesmente procura de ratazanas”, sublinhou o Presidente.

A triste situação, segundo o Presidente, leva a que a chuva caia de maneira muito irregular como tem sido nos últimos tempos, daí que acredita que os moçambicanos podem dar o seu contributo na luta contra esta tendência, porquanto eles também dependem dela para garantir o sucesso nas safras.

“Árvores, além de dar madeira e sombra, tem as folhas que purificam o ar que estamos todo o momento a respirar. As plantas trazem para a terra aquele ar que queremos ter dentro de nós”, disse o Presidente.

O estadista moçambicano disse que a iniciativa “Um Aluno uma Árvore e um Líder uma Floresta” não só visa garantir um repovoamento dos espaços outrora verdes, mas constitui também uma forma de olhar para o futuro.

A visita de Guebuza a Zambue, a primeira de um presidente na história de Moçambique independente, foi ocasião para levar algumas questões que inquietam as comunidades, como a asfaltagem da estrada que leva a respectiva sede distrital num percurso de 160 quilómetros.

Os residentes afirmam produzir milho mas que não encontram mercado e apontaram sugestões como o estabelecimento de armazenistas, para travar a saída dos excedentes para a vizinha Zâmbia.

Na pauta reivindicativa, os residentes de Zambue pediram igualmente a abertura em Compo, zona fronteiriça com a Zâmbia, de um centro de saúde para por cobro as humilhações que passam naquele país vizinho, sempre que vão buscar cuidados sanitários.

Ali, segundo os residentes, morrem muitas crianças devido a falta de cuidados de saúde. A expansão do sinal de telefonia móvel, aumento do pessoal da saúde sobretudo as enfermeiras para garantir que sejam elas a cuidar das mulheres que buscam cuidados médicos, a introdução do ensino secundário do 2º ciclo para que os seus filhos evitem ir a longínqua cidade de Tete, mais água e energia eléctrica, são outras preocupações levantas.

Guebuza, sem prometer soluções para os vários problemas levantados, agradeceu a multidão que se dirigiu ao comício pelo auxílio na identificação dos constrangimentos que enfermam a governação e afirmou que os mesmos serão resolvidos gradualmente a semelhança do que os moçambicanos estão a fazer na luta contra a pobreza.

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