Depois da acusação do governo dos Estados Unidos da América contra o proeminente empresário moçambicano Momade Bachir que o chamou barrão da droga e as denúncias feitas logo a seguir no WikiLeaks envolvendo figuras da nomeclatura política nacional no tráfico de drogas, as últimas revelações sobre o narcotráfico tendem a evidenciar o país nessa rota. Semana passada, a imprensa estrangeira veiculou uma notícia dando conta da apreensão, terça-feira, no Paraguai, de cerca de uma tonelada de cocaína que tinha como destino a República de Moçambique.
Segundo a referida imprensa, a operação foi realizada pela Polícia Nacional do Paraguai e por agentes fiscais antidrogas, que descobriram um contentor que guardava 875,55 quilos da droga, que estava escondida sob um carregamento de arroz, cujo destino era Moçambique.
O contentor vinha de Ciudad del Este, na divisória com a cidade brasileira de Foz do Iguaçu (PR) e tinha como destino Moçambique, segundo informou um jornalista do jornal ABC Color.
A cocaína, acondicionada em 140 sacas, seria boliviana. A operação foi encabeçada pela Polícia Nacional e pelo Ministério Público paraguaio. Dentro de cada bolsa havia cerca de sete tabletes.
Uma fonte da autoridade paraguaio confirmou o carregamento da droga estava em nome de Ángel Tomás Aguayo Saldívar e deveria ser enviada ao seu destino na tarde da mesma terça-feira.
Um despachante identificado como José Domingo Martínez foi preso durante a operação. De acordo com informações, a polícia deveria abrir outro contentor suspeito. Fontes policiais garantem que esta é a maior apreensão de cocaína da história do Paraguai.
A suspeita dos investigadores é que dois contentores possuem droga e que a carga pode passar de uma tonelada. Consta que o alerta que culminou com a mega operação foi dado pela Embaixada dos Estados Unidos no Paraguai, entidade que alega ter recebido informação confidencial sobre a movimentação dos traficantes que tentavam enviar a droga para Moçambique.
Entretanto, as autoridades moçambicanas ainda não reagiram a apreensão daquela quantidade de cocaína que tinha como destino Moçambique.
Enquanto isso, nos bastidores acredita-se a droga apreendida que teria como destino Moçambique, o mais provável maioria daquela quantidade se destinaria a outros lugares, assumindo- se que o país possa não ter tantos consumidores que justifique a importação de uma tonelada de cocaína.
A apreensão semana passada de cocaína no Paraguai destinada a Moçambique ocorre no espaço inferior a dois meses que uma outra quantidade pesada em 166 quilos do mesmo tipo de droga foi apreendida no porto Eliza-Beth, na vizinha República da África do Sul, também referida se destinava a Moçambique.
O que é estranho nesses dois casos é o facto de se ter dito que a droga apreendida no porto Elizabeth, Maputo era um simples corredor da mercadoria que tinha como destino final Paraguai; para no espaço inferior a dois meses ocorrer uma nova apreensão de droga desta feita no Paraguai tendo como destino Maputo.