Organização da Juventude Moçambicana (OJM), tentou organizar no passado sábado(28), claro diga-se sem sucesso, seguindo a agenda nacional do partido, um debate sobre a revisão constitucional. Uma matéria sensível e como o assunto toca também a juventude, não foram muitos que vieram. Sala repleta de crianças das escolas secundárias, como ilustra a imagem, e um presidium sem norte para guiar o debate.
Logo a prior para quem entende o jogo político deste país, podia ver que tudo aquilo tinha um fim. Desviar atenções da juventude. Mas mesmo assim, os jovens presentes não perderam oportunidades de enxovalhar aqueles que pensavam que toda juventude estava a sonecar.
Quando o tema foi introduzido, claro esta dita revisão da Constituição da República, por sinal a lei mãe do nosso belo Moçambique, houve um bocadinho de receio, porque o documento a ser discutido não estava disponível para os presentes. Ou seja, maior parte dos presentes nem sequer tinham domínio da lei mãe.
Uns disseram que foram convidados pelos professores das suas escolas para irem a Casa de Cultura, sem saber o que se iria tratar no local, dai que vimos meninos das escolas primárias. Os que entendiam o epicentro da questão, não perderam tempo. Começaram logo a “incendiar” a sala e aos organizadores do evento.
Por exemplo, os jovens disseram que a Constituição não reflectia os seus anseios, dai que mesmo que revejam, a situação vai ser a mesma. Apontaram por exemplo a questão de acesso a terra. “Já que a CRM diz que a terra é propriedade do estado, porque então vende-se terra? – Perguntaram.
Indo a questão do acesso a habitação, aqui o debate ficou aceso e os jovens disseram de boca aberta que o estado está longe de cumprir com as suas obrigações e apelaram aos organizadores para não desvirtuarem as atenções desta juventude, porque ela já entende como funciona o sistema.
Ignorância ou lambebotismo?
Na sala, conforme se previa, estiveram também académicos e aqui veio a desilusão por parte de alguns, quando nas suas intervenções tentaram mais sem lograrem sucessos dizer que a OJM não era organização partidária, dai tendo dito que esta organização juvenil abarca toda juventude deste país.
Aqui soltaram-se risos e duvidas se de facto aqueles intervenientes estavam a falar como académicos ou partidários. Não só isso, questionou-se se estes mesmos, falaram por não saberem ou simplesmente para serem bem vistos pelo partido.
Colectivo do CPJ abandona a sala
O colectivo do Conselho Provincial da Juventude na Zambézia, não quis perder tempo. Quando começaram a ouvir coisas que so prejudicariam a juventude, simplesmente levaram os seus pertences e dai foram-se embora, debaixo de tanta desilusão e frustração ao mesmo tempo por aquilo que chamaram lavagem de cérebro que a OJM pretendia fazer aos jovens.
Deputada entra e sai como entrou
No topo do dito debate sobre a revisão constitucional estava a deputada da Assembleia da República, pela bancada da Frelimo, Celmira Xavier, que entrou por vias da morte do ex seu colega, Alexandre Meque Vicente. Mas para aqueles que andam nesta estrada há muito tempo, sabiam que não viria nada de novo por parte daquela parlamentar.
Foi o que se viu, a deputada entrou e viu que os participantes estavam suficientemente informados sobre o assunto. Celmira disse que pretendia se rever a Constituição por ela estava muito aberta.
Quando questionada a pronunciar-se em que consistia esta abertura, a mandatária do povo nem sequer conseguiu explicar, refugiando-se naquilo que foi decidido na já terminada sessão da AR que foi de criar uma comissão para revisão da Constituição.
Tal como a OJM, também a deputada saiu cabisbaixa, porque não foi convincente. Prometeu simplesmente ela dar algumas brochuras da CRM a pessoas interessadas, e para isso, só deverão buscar na sede da OJM.