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Produtores de sisal clamam pela operacionalização da lei

A demora na operacionalização das taxas compensatórias em benefício dos utilizadores de energia eléctrica de média tensão para fins agrários, medida decretada pelo governo há cerca de dois anos, está a afectar negativamente o desenvolvimento do sisal na província de Nampula, a maior produtora da cultura ao nível do país.

O defensor desta tese e um dos três maiores produtores de sisal em regime empresarial em Nampula, Mohamed Yunnus, aponta que a agricultura no país em geral depende, sobretudo, das chuvas, e quando se regista uma irregularidade na sua queda a produção fica seriamente afectada, situação a que não é alheia aquela cultura de rendimento.

A irrigação é a alternativa viável para corrigir aspectos relacionados com a escassez de chuvas, segundo a nossa fonte. Mas, os custos altos praticados para o pagamento das taxas de consumo de energia eléctrica, visando a operacionalização dos sistemas afins, inviabiliza qualquer intenção dos produtores no sentido de adoptar aquele caminho.

Em relação ao processamento da folha do sisal para obtenção da sua fibra, o cenário é o mesmo porque, segundo Mohamed Yunnus, os equipamentos que usamos para o desfibramento da folha do sisal são ainda rudimentares e, por consequência, funcionam à base de gasóleo que, como me referi, os seus custos de aquisição têm estado a registar uma tendência de subida, penalizando, sobremaneira, os produtores.

Todas as questões que emperram o desenvolvimento do subsector do sisal que, aparentemente, não tem sido uma prioridade por parte das entidades governamentais do sector da agricultura, resultam da não operacionalização do decreto ministerial que adopta taxas compensatórias para os usuários de energia eléctrica de média tensão para fins agrários, de acordo com Mohamed Yunnus.

Não obstante as dificuldades que apoquentam os produtores de sisal em Nampula, o nível de exportações da fibra daquela cultura para o mercado europeu registou uma ligeira subida, situando-se em cerca de 3.5 mil toneladas de fibra de sisal.

Quantidade que foi exportada, nos últimos seis meses, para o mercado europeu, onde a tonelada está cotada em 800 dólares norte-americanos. Parte da fibra de sisal produzida em Nampula foi comercializada à cordoaria de Nacala-Porto denominada Cicomo.

A produção de sisal, que ocupa cerca de três mil famílias, é praticada nas localidades de Natiri e Mirere, no distrito de Angoche e Ramiane, e Jagaia e Mecuco em Monapo, ocupando uma área estimada em cerca de cinco mil hectares.

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