O primeiro automóvel com motor Diesel surgiu há 75 anos. Foi o corolário de uma evolução da tecnologia desenvolvida pela Bosch que, em 1936, deu origem ao Mercedes 260 D. Desde então, a evolução tem sido vertiginosa e o futuro vai trazer mais novidades.
Os motores Diesel estão directamente associados à Bosch, e a empresa alemã afirma que ainda há muito caminho para progredir nas próximas duas décadas, admitindo que os seus engenheiros estão a trabalhar no sentido de poderem apresentar até 2015 consumos na casa dos 3,6 l/100 km, o que significa uma redução da ordem dos 30% relativamente aos automóveis actuais, podendo ir ainda mais longe no caso dos híbridos.
Para a Bosch, este processo começou em 1922, quando Robert Bosch apostou no desenvolvimento de uma bomba de injecção Diesel, para ser utilizada em camiões, o que veio a acontecer dois anos depois, antes de os camiões Diesel começarem a ser produzidos em série em 1927.
Mas esta tecnologia só chegou aos automóveis em 1936, quando a Mercedes apresentou o 260 D, modelo que, em paridade de potência com os motores a gasolina, tinha um consumo inferior em cerca de um terço.
O Mercedes 260 D de 1936 foi o primeiro automóvel Diesel, e o Golf TDI de 1975 o primeiro compacto Diesel. Hoje, nas grandes provas de resistência, como Le Mans, o Peugeot 908 é um exemplo do sucesso destes motores.
Em 1950, a Bosch já tinha produzido mais de um milhão de bombas injectoras para automóveis e camiões, tendo inovado em 1960 com a primeira bomba rotativa, mais ligeira e compacta, que permitia a sua montagem em automóveis mais pequenos, o que veio a acontecer com grande sucesso em 1975, com o VW Golf, que se tornou o primeiro automóvel compacto a surgir no mercado com opção Diesel.
A evolução não parou e, em 1987, a BMW foi o primeiro construtor a tirar partido da regulação electrónica EDC (Electronic Diesel Control), que permitiu reduzir as emissões e os consumos, ao mesmo tempo que garantia ganhos importantes ao nível da potência.
Mas o grande passo surgiu com a injecção directa, uma tecnologia que a Bosch adquiriu ao Grupo Fiat, bem como a bomba de êmbolos radiais (1996), o sistema common-rail (1997) e o Unit Injector (1998).
A tecnologia common-rail levou os motores Diesel a patamares de sofisticação nunca imaginados, abrindo a utilização deste tipo de motores a automóveis com características desportivas.
Em 2003 surgiu a terceira geração common-rail com injectores piezoeléctricos, que permitiram reduzir o ruído e baixar os consumos e as emissões. Foi o grande passo que levou grandes competições a apostar nesta fórmula, pelo que a Audi deu início a uma senda de vitórias e a um duelo que a opõe à Peugeot.
Este é apenas um exemplo, já que, no Dakar, a VW monopolizou os triunfos nas últimas edições com o Race Touareg.