Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Bin Laden deixa uma Al Qaeda difusa e fragmentada

A morte de Osama bin Laden representa um grande golpe psicológico à Al Qaeda, mas deve ter pouco impacto prático num grupo cada vez mais descentralizado que há anos opera taticamente sem o emblemático líder.

Quase uma década depois dos ataques de 11 de setembro de 2001, a Al Qaeda se fragmentou numa rede mundial de grupos autônomos nos quais Bin Laden servia como uma inspiração a partir da base tradicional do grupo entre o Paquistão e o Afeganistão. Especialistas em combate ao terrorismo descrevem um movimento em constante mutação que é mais difícil de caçar agora por ser cada vez mais difuso — uma mistura multi-étnica, regionalmente dispersa e influenciada pela Internet.

Enquanto essa rede permanece uma ameaça, o cerne da liderança da Al Qaeda se enfraqueceu por anos de ataques com aeronaves teleguiadas norte-americanas no Paquistão. Desde os ataques no metrô de Londres que mataram 52 pessoas em 2005 o grupo não consegue executar nenhum ataque bem-sucedido no Ocidente.

A Al Qaeda também foi atingida ideologicamente pelas manifestações no mundo árabe protagonizados por pessoas comuns em busca de democracia e direitos humanos — noções opostas a Bin Laden, que uma vez disse que a democracia era como a idolatria, pois colocava os desejos humanos acima dos de Deus.

O braço da Al Qaeda que representa atualmente a maior ameaça aos Estados Unidos é a sua afiliada no Iêmen, a Al Qaeda na Península Arábica (AQPA), de acordo com autoridades norte-americanas. Outros grupos ligados à Al Qaeda cresceram em ambição e letalidade. “Com relação à liderança de operações terroristas, Bin Laden de fato não era o principal há algum tempo”, disse Paul Pillar, ex-funcionário sênior da inteligência norte-americana. “A incitação da maioria das operações ocorria na periferia e não no centro — e pela periferia, incluo grupos como o AQPA, mas também entidades menores.”

A AQPA reivindicou a responsabilidade pelo ataque frustrado no Natal de 2009 a bordo do avião de uma companhia norte-americana e por uma tentativa no ano passado de explodir dois aviões de carga que iam para os EUA com cartuchos de tinta carregados de explosivos.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts