Na madrugada da segunda-feira, Sohaib Athar escreveu em seu Twitter que uma forte explosão havia sacudido as janelas da sua casa, na cidade paquistanesa de Abbottabad, e afirmou que esperava que o estrondo não fosse “o começo de algo degradável”.
Pouca horas mais tarde, ele publicou outro tweet: “Uh oh, agora sou o cara que transmitiu ao vivo o ataque contra Osama, sem saber disso.” Na era do Twitter, talvez não seja surpresa que os primeiros sinais da operação norte-americana que resultou no assassinato de Osama bin Laden, líder da Al Qaeda, tenham sido percebidos por um consultor de informática em plena madrugada.
Athar, morador de Abbottabad, a cidade em que Osama estava refugiado, primeiro percebeu um helicóptero e considerou que isso fosse incomum a ponto de merecer menção em sua conta do Twitter. “Helicóptero voando sobre Abbottabad à 1 da manhã (acontecimento raro)”, escreveu.
Momentos mais tarde: “Grande explosão que sacudiu janelas aqui… Espero que não seja o começo de algo desagradável.” Depois de comentar ao vivo e especular sobre o que aconteceu por diversos horas, Athar e as pessoas que o liam perceberam que estavam a testemunhar o fim da caçada mundial ao homem considerado responsável por orquestrar os ataques do 11 de setembro de 2001.
“Creio que a queda do helicóptero em Abbottabad, Paquistão, e o discurso urgente que o presidente (dos Estados Unidos Barack) Obama vai fazer estejam ligados”, disse um dos seguidores de Athar. Sete horas depois do primeiro tweet de Athar, Obama anunciou a morte de Bin Laden numa operação de forças especiais norte-americanas na qual um helicóptero foi perdido.
O Twitter, que surgiu cinco anos depois dos ataques de 2001, é usado por um total estimado em 200 milhões de pessoas ao dia. Os tweets de Athar inicialmente continham piadas (“uh oh, lá se vai o bairro”), mas terminaram por expressar irritação porque as suas contas de email, Skype e Twitter foram inundadas de mensagens de pessoas que tentando contatá-lo. Entre os contatos, Athar não respondeu a um pedido de comentário à Reuters.