Para economia de milhares de moçambicanos, este não será mais um ano, mas um exercício de sobrevivência mais difícil. Pois, nunca coincidiram tantas notícias más para o consumidor. Desta vez, é diz respeito à subida do preço dos combustíveis desde a última quarta-feira. Diga-se, este é apenas o começo, uma vez que se prevê ajustes graduais, uma percentagem não superior a 10 porcento, até Junho.
Desde a última quarta-feira os combustíveis estão mais caros em Moçambique. O Governo anunciou, na terça-feira, o aumento do preço dos combustíveis em 10 porcento. Vislumbra- se momentos difíceis para os moçambicanos nos próximos dias.
A gasolina passou a custar 44 meticais o litro, contra os anteriores 40. O gasóleo, que antes custava 30,98 meticais, passou a ser comercializado a 34,08 meticais. O petróleo de iluminação, cujo preço era é de 22 meticais, aumentou para 26,52 o litro. O preço do gás de cozinha também sofreu um agravamento estando a custar actualmente 55,58 meticais o quilograma contra os anteriores 52,58 meticais.
Neste tipo de situações, o cidadão comum é que sai mais prejudicado, podendo ver o seu poder de compra reduzir mais do que já está. Aliás, nos próximos meses, os consumidores vão continuar a fazer “malabarismo” de modo a ajustar o orçamento doméstico à nova realidade dada a imperiosa necessidade de deslocar-se ao trabalho ou escola.
Segundo o ministro da Energia, Salvador Namburete, o Governo vai manter a redução em 50 porcento do custo do diesel que vinha sendo adoptado para os sectores da agricultura mecanizada, pesca e mineração. Este benefício será estendido para os operadores da pesca artesanal e semi-industrial.
Quanto aos mega-projectos, como a HCB, a Vale, a Riversdale, as firmas de construção e as obras públicas, as empresas ferro-portuárias e os grandes transportadores de carga, continuarão a pagar o preço real pelo consumo do gasóleo, garantiu Namburete.
Moçambique possui uma dependência internacional em relação aos combustíveis derivados do petróleo, o que encarece a importação deste produto no país. Mas há alguns economistas defendem que o problema não se deve à conjuntura internacional, pelo contrário, este facto é provocado pela elevada taxa de imposto sobre importação dos combustíveis existente no país.
O custo dos combustíveis pode influenciar negativamente a economia do país, provocando o aumento de preços de vários produtos importados, sobretudo os de primeira necessidade.
Caso se mantenha o actual cenário no Médio Oriente e África do Norte, o ministro da Energia comentou que o custo da importação de combustíveis derivados do petróleo pode aumentar em Moçambique.
Contudo, em relação aos países da região, o Governo afirma que Moçambique apresenta os preços dos combustíveis mais baixos, o que desperta os outros países vizinhos no sentido de adquirir os mesmos no país.
Refira-se que a factura anual de importação de combustíveis em Moçambique atingiu, em 2010, os 530 milhões de dólares norte-americanos, contra 400 milhões de dólares registados em 2004.