As exportações de Moçambique para Portugal registaram uma queda na ordem de 32 por cento ao passarem de 42,8 milhões de Euros (62,1 milhões de dólares), em 2009, para 29,2 milhões (42,3 milhões de dólares), em 2010.
Segundo dados revelados, quarta-feira, em Maputo, pelo Embaixador de Portugal em Moçambique, Godinho de Matos, o açúcar foi o principal responsável pela queda das exportações nacionais para aquele país europeu.
Godinho, que falava na sequencia da exposição de produtos e serviços portugueses que decorre desde hoje, na capital moçambicana, e que se prolongará ate a próxima Sextafeira, não explicou o que aconteceu com as exportações deste produto, mas sabe-se que ao longo do ano passado, sobretudo no primeiro semestre, o país não conseguiu exportar açúcar para o mercado europeu.
A maior parte do açúcar foi absorvida por vendas no mercado doméstico. A indústria nacional iniciou o ano com um défice, de tal forma que a produção foi de imediato canalizada para repor os “stocks” e satisfazer o mercado interno, pelo que as exportações caíram na ordem de 11 por cento.
Desta feita, no ano passado, o país exportou um total de 107,9 mil toneladas de açúcar das quais apenas 82,9 mil toneladas para o mercado da União Europeia (EU) no âmbito da Iniciativa EBA (Tudo menos Armas) e 24,9 mil toneladas para o mercado dos Estados Unidos da América.
“As importações de Portugal comportaram- se de forma diferente ao ano de 2009: quando havia indícios de haver um crescimento das compras a Moçambique, 2010 registou uma quebra significativa (32 por cento) nas importações. O principal produto responsável por essa quebra foi o açúcar”, afirmou Godinho de Matos.
“O grau de intensidade das nossas importações é em 99 por cento de baixa intensidade, já que 91 por cento são produtos agrícolas e alimentares, nomeadamente o açúcar e crustáceos”, acrescentou o diplomata português.
Do lado das importações portuguesas, o peso de Moçambique continua reduzido, tendo caído da posição 59 para 66. Enquanto isso, as importações de produtos portugueses por Moçambique continuaram a crescer, passando de 120,9 milhões de Euros (175,4 milhões de dólares) para 151 milhões de Euros (219 milhões de dólares), embora a um ritmo ligeiramente mais baixo do que o registado em 2009.
Portugal figura entre os dez principais clientes de Moçambique e, em 2010, melhorou a sua posição como fornecedor de Moçambique, passando do nono lugar para o quinto.
“Apesar das nossas exportações para Moçambique continuarem a ser maioritariamente de baixa ou média-baixa intensidade tecnológica, o grau de intensidade tecnológica tem vindo a aumentar ao longo dos últimos anos. Os graus de alta e média-alta intensidade representavam já, em 2010, 49 por cento”, indicou o embaixador português.
Os principais grupos de produtos importados de Portugal para Moçambique são máquinas e aparelhos, metais comuns e pasta celulósicas e papel. Em termos de produtos, os livros, os cabos eléctricos e os aparelhos eléctricos para telefonia continuam a ser os mais significativos.
No que refere ao investimento Português em Moçambique, Godinho revelou que o volume reduziu de forma acentuada em cerca de 71 por cento, durante o ano passado.
Os investimentos de Portugal em Moçambique caíram de 161,8 milhões de Euros (234,8 milhões de dólares) em 2009, para 45,9 milhões Euros (66,6 milhões de dólares), em 2010.
Apesar desta queda, Portugal foi o primeiro maior investidor estrangeiro em Moçambique durante o ano passado. Os principais sectores de concentração deste investimento foram o da construção e o das actividades financeiras e de seguros, que concentraram 84 por cento do investimento.
A exposição foi organizado pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique e Associação Industrial de Portugal em coordenação com a Câmara de Comercio Moçambique-Portugal.