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Bancos lucram 3.6 mil milhões de meticais

O sector bancário moçambicano continua a crescer, não obstante as constantes ameaças a que estão expostos devido à crise financeira que abala o mundo, segundo mostram resultados da Pesquisa sobre o Sector Bancário relativo a 2009, publicado, Quarta-feira, em Maputo.

De acordo com a Pesquisa, os bancos comerciais que operam no país registaram, na sua globalidade, em 2009, lucros líquidos que totalizam os 3.6 mil milhões de meticais, o equivalente a 116.9 milhões de dólares norte-americanos (USD).

Entretanto, a rendibilidade dos fundos próprios médios registou uma redução de 5.31 pontos percentuais em 2009, atingindo 27.67 por cento contra os anteriores 32.98 por cento de 2008.

A depreciação do metical face às principais moedas contribuiu para que as instituições financeiras tivessem ganhos significativos provenientes da reavaliação da posição cambial em 2008, o que se traduziu num aumento dos resultados das operações financeiras em 20 por cento.

A pesquisa avança que o crescimento dos lucros líquidos esteve relacionado a continua aceleração do crédito total do sistema, que subiu 63.85 por cento, totalizando 70.2 mil milhões de meticais (2.2 mil milhões USD).

Por outro lado, este crescimento ficou a dever-se a redução das taxas de juro indexantes, o que se reflectiu na diminuição do fardo da estrutura de custos do sistema.

O Banco Procredit, com capitais alemãs, demonstrou ser o banco mais rentável em termos de fundos próprios médios com 38.6 por cento, contra os 6 por cento de 2008, seguido do Standard Bank e Millennium BIM.

Em termos de activos médios mais rentáveis, o Banco Procredit ocupou, igualmente, o primeiro lugar, com 6 por cento, seguido do International Commercial Bank e do Millennium BIM.

Os depósitos continuaram a crescer, passando de 76.8 mil milhões de meticais em 2008, para 103 mil milhões de meticais em 2009.

No que refere ao credito, o estudo mostra que houve um aumento em 2009 devido à forte procura tanto pelas empresas, para financiamento de meios circulantes e para investimento, como por particulares, para consumo e aquisição de bens imobiliários, aumento de projectos de investimento de risco aceitável com melhor retorno, entre outros factores.

Os bancos cresceram 35.8 por cento, face a 2008, com activos a totalizarem 132.4 mil milhões de meticais.

Segundo a Pesquisa, o Millennium Bim continua a liderar a lista dos maiores bancos comerciais a operar em Moçambique, com activos que perfazem 48 mil milhões de meticais, representando um peso de 36.4 por cento do total de activos do sector.

Na lista dos maiores constam, ainda, o Banco Comercial e de Investimentos (BCI), Standard Bank e Barclays, que no conjunto detém cerca de 89 por cento do total dos activos agregados do sector.

Falando na ocasião, o Governador do Banco Central, Ernesto Gove, disse que o crescimento registado no sector é resultado, em parte, do esforço do Governo moçambicano e do Banco de Moçambique, que se traduz na adopção de normas de política que incentivam a bancarização da economia.

“O sistema bancário constitui um importante alicerce para o crescimento acelerado da economia através da canalização das poupanças para o investimento. Nenhum empreendimento pode, nos nossos dias, sobreviver à margem da banca. Apraz-nos, por isso, constatar que, tal como nos anos anteriores, os valores dos activos do sector bancário continuaram a registar níveis de crescimento consideráveis em 2009”, disse.

A pesquisa sobre o sector bancário em Moçambique, que já vai na sua 11ª edição, é realizada pela empresa de auditoria e consultoria KPMG. Entretanto, esta é a 9/a edição realizada em parceria com a Associação Moçambicana dos Bancos.

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