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Novos protestos nas ruas de Bangcoc

Milhares de tailandeses realizaram protestos com as cores vermelho e amarelo em Bangcoc este domingo, ressaltando um persistente sentimento anti-governo e profundas divisões políticas na expectativa de uma eleição planejada para este ano. Os “camisas vermelhas” pediram a soltura de 18 de seus líderes detidos e os rivais “camisas amarelas” exigiram a renúncia do primeiro-ministro Abhisit Vejjajiva pela maneira como lidou com uma longeva disputa de fronteira com o Camboja.

As passeatas foram realizadas antes da eleição que, segundo Abhisit, pode ocorrer no primeiro semestre deste ano.

Campanhas anti-governo intermitentes conduzidas pelos dois grupos desde 2005 com um histórico de protestos por vezes violentos apontam um caminho difícil para a segunda economia do sudeste asiático. As duas manifestações também aconteceram em desafio ao Ato de Segurança Interna (ISA na sigla em inglês) invocado na última quinta-feira, que proíbe protestos em áreas eminentemente governamentais e comerciais. Houve grande concentração de policiais, mas não foi feita nenhuma tentativa de bloquear os manifestantes, que protestaram pacificamente.

O ano passado testemunhou o pior surto de violência política na história moderna da Tailândia, um protesto e paralisação durante 10 semanas em Bangcoc por parte dos “camisas vermelhas”, muitos dos quais apóiam o premiê deposto Thaksin Shinawatra. Atiradores entraram em confronto com policiais nas ruas e por fim os militantes encerraram o protesto. Noventa e uma pessoas foram mortas e mais de 1.800 ficaram feridas.

Dezoito líderes dos “camisas vermelhas” foram detidos desde então e seus apoiadores se reuniram em massa no domingo do lado de fora da Corte de Justiça, que julgará um pedido de fiança em 21 de fevereiro. “Estamos aqui para clamar por justiça”, disse o líder “camisa vermelha” Thida Thavornseth aos repórteres no local. “Não pretendemos invadir o tribunal. Só queremos mostrar nosso apoio a todos os líderes ainda na prisão.”

ELEIÇÕES EM JUNHO?

Mais tarde eles dirigiram-se ao Monumento à Democracia no bairro velho da cidade, a pouco mais de um quilômetro do pequeno protesto da “camisa amarela” Aliança Popular pela Democracia (PAD na sigla em inglês), que acontece há duas semanas.

O governo concordou em utilizar a ISA por conta das preocupações de que a PAD possa tentar tomar seus escritórios. Mas o seu apoio parece estar minguando. A PAD já foi aliada do governista Partido Democrata de Abhisit, mas rompeu com ele nos últimos meses pelo que vê como seu fracasso em agir de forma decisiva, especialmente a respeito do conflito fronteiriço com o Camboja.

Quatro dias de conflitos entre forças tailandesas e cambojanas irromperam na fronteira no início do mês. Os “camisas vermelhas” estão furiosos com o progresso lento da investigação sobre a violência ocorrida no ano passado e entraram com uma petição no Tribunal Penal Internacional solicitando sua intervenção, temerosos de que o inquérito será uma encenação.

Abhisit, cujo mandato termina em dezembro, disse na semana passada que planeja dissolver o parlamento e realizar eleições em junho, se o país estiver pacificado. Analistas afirmam que os mercados financeiros receberiam bem um pleito que pode restaurar a estabilidade na Tailândia e sua economia de 265 bilhões de dólares. Mas um grande risco é que um ou os dois partidos rivais rejeite o resultado e a turbulência ressurja, trazendo a possibilidade de mais violência e até mesmo uma intervenção militar.

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