As autoridades alfandegárias da Tailândia apreenderam 73 pontas de marfim tiradas de elefantes africanos, saídas de Moçambique com destino a Laos, país do sudeste asiático, revelaram, quinta-feira, fontes oficiais.
O marfim, segundo o director-geral das Alfândegas daquele país, Prasong Poontaneh, foi descoberto quarta-feira em um armazém da “Thai Airways International” no Aeroporto de Suvarnabhumi, Tailândia, em duas caixas que seguiam com destino ao Vientiane, cidade capital.
Em África, o comércio de marfim é proibido ao abrigo da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção (CITES), e independentemente do país onde forem encontrados o seu transporte é, segundo Prasong, ilegal.
A fonte acrescentou que embora as pontas de marfim tinham como destino Laos, suspeita-se que o verdadeiro comprador era um cliente que reclamou o desaparecimento da mercadoria em Bangkok.
No entanto, o Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA) entidade governamental que desde finais de 2010 passou a responder pelos aspectos ligados a CITES disse estar ainda no processo de consolidação das actividades, uma vez as mesmas estavam até a bem pouco tempo com uma direcção do Ministério da Agricultura (MINAG).
Emília Polana, ponto focal no MICOA, disse desconhecer por completo a saída de 73 pontas de marfim do país, remetendo o assunto as Alfândegas de Moçambique que têm unidades estacionadas nos portos e estariam em condições de dar uma explicação mais pormenorizada.
O director do Gabinete de Comunicação e Imagem, Daúde Daia, que não está a par da informação sobre esta apreensão na Tailândia, prometeu contudo intensificar as investigações para apurar a veracidade desta alegada saída ilegal de marfim do país.
Bangkok é o maior centro de marfim traficado ilegalmente. O tráfico ilícito é facilitado pela lei tailandesa que não inclui os elefantes asiáticos domesticados na lista das espécies em risco de extinção e permite o comércio do seu marfim.
A lei tailandesa categoriza os elefantes domesticados como animais domésticos, porque os paquidermes eram usados carregadores na indústria florestal.
A Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Fauna e Flora Selvagem é um acordo internacional entre governos, cujo objectivo é garantir que o comércio de espécimes de animais e plantas selvagens não ameace sua sobrevivência.