Resultante do crescente fenómeno de obesidade e de hipertensão, o número de moçambicanos padecendo da diabetes disparou de 500 para perto de 3500 doentes, entre 2005 e 2010, segundo a Associação Moçambicana de Diabéticos (AMODIA).
Durante o referido período, o Estado moçambicano desembolsou cerca de 2,5 biliões de dólares norte-americanos em acções de tratamento da enfermidade para o prolongamento do estado de saúde dos pacientes, uma vez que a diabetes ainda não tem cura, segundo Armindo Tiago, especialista em Ciências Biomédicas da Universidade Eduardo Mondlane (UEM).
Tiago indicou que o agravamento da diabetes, em Moçambique, deve-se a hábitos alimentares inadequados, elevado custo de vida e falta de prática de exercícios físicos constantes na maioria dos moçambicanos.
O especialista não indicou o número de moçambicanos padecendo da diabetes, contudo, avançou que o seu tratamento tem sido pouco eficiente pelo facto da “maioria dos doentes apresentarem-se às unidades sanitárias quando a doença já está num estado bastante avançado”, segundo igualmente a mesma fonte, apontando a impotência sexual, cegueira, amputação de membros inferiores e superiores e ainda a insuficiência renal como consequências daquela doença crónica.
Armindo Tiago falava esta segunda-feira, em Maputo, durante a cerimónia de inauguração das instalações da Academia de Ciências de Moçambique (ACM), instituição subordinada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).
Para a sua operacionalização, a ACM acaba de beneficiar de um financiamento de cerca de 500 mil dólares norte- americanos desembolsados pelo Banco Mundial e Agência Sueca de Cooperação para serem gastos, nos próximos quatro anos, em acções de divulgação de projectos científicos produzidos por moçambicanos.
A instituição opera desde 2009 e torna Moçambique no 17º membro da Academia Africana de Ciências.