Moçambique poderá beneficiar de cerca de 110 milhões de dólares americanos (USD)para financiar actividades destinadas a adaptação aos efeitos das mudanças climáticas. Este dinheiro, a ser canalizado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), é parte dos fundos a serem disponibilizados por nações desenvolvidas para apoiar os países pobres a combater as mudanças climáticas, através de medidas de mitigação, adaptação e transferência de tecnologias.
Mafalda Duarte, especialista para área de Mudanças Climáticas no BAD, citada hoje pelo jornal “Notícias”, disse que este valor começa a ser desembolsado a partir de 2011 e é parte de um total de 100 biliões de dólares canalizados para esse efeito em todo o mundo, do qual os líderes africanos pediram que pelo menos 40 porcento fosse destinado ao continente africano sob gestão do BAD.
Por isso, em coordenação com os países africanos, o BAD criou o “African Green Fund” (Fundo Verde Africano), instrumento a ser discutido na conferência sobre Mudanças Climáticas que termina hoje em Cancún, México, cujo objectivo é canalizar parte dos compromissos globais para que tenham uma marcação regional específica para África.
“Nós pensamos que este fundo vai servir para financiar em grande escala projectos desenvolvidos pelos governos e outras instituições nacionais e regionais, na componente de adaptação. Estamos a olhar para uma quantia especialmente significativa”, disse Duarte, falando a jornalistas moçambicanos que se encontram a cobrir esta conferência de Cancún.
Segundo ela, estes fundos já começaram a ser desembolsados para os países africanos desde o primeiro semestre deste ano e, além de Moçambique, vão também beneficiar a África do Sul, Zâmbia, Nigéria, Egipto e Marrocos. A outra preocupação desta instituição financeira africana prende-se com as energias renováveis e os mercados de carbono, onde uma série de projectos governamentais e privados têm estado a ser aprovados.
Em relação a esta questão, Duarte indicou que o BAD tem estado a apoiar os países africanos não só dando dinheiro para as suas actividades, mas também na elaboração de instrumentos específicos de orientação nas suas actividades de combate ao aquecimento global, facilitando o acesso aos mercados de carbono. Além disso, o BAD financia pequenas e médias empresas para desenvolverem projectos na área das energias renováveis.