A economia moçambicana é, em parte, menos competitiva devido à baixa qualificação da mão-de-obra do país, considera a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), a maior organização patronal do país.
Durante a sessão da Comissão Consultiva do Trabalho (CCT), uma instância que reúne regularmente sindicatos, Governo e patronato, o representante da CTA no encontro, Justino Chemane, afirmou que “as empresas moçambicanas não têm alternativa senão o recurso à mão-de-obra estrangeira, se quiserem competir na África Austral”.
“A fraca qualificação dos nossos quadros significa que as empresas não têm alternativa a não ser o recurso ao recrutamento de mão-de-obra de outros países”, sublinhou Justino Chemane.
A rigidez da Lei do Trabalho moçambicana torna a opção pela mão-de-obra um ónus para as empresas do país, uma vez que têm de provar ao Ministério do Trabalho que é imprescindível recrutar no exterior, por falta de pessoal com qualificações para o posto em causa, assinalou.
Apesar de a actual lei laboral moçambicana estar em vigor há apenas três anos, tem sido acusada pelo patronato e investidores de ser mais favorável à mão-de-obra local e um entrave ao investimento.
Vários estudos apontam o ensino moçambicano como um dos mais atrasados da África Austral, baseando-se no facto de crianças moçambicanas completarem o ciclo primário sem competências na leitura e escrita.