O mesmo órgão supremo militar da Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC) designou o vice-presidente do grupo, Alexandre Tati Builo, “para assumir todos os cargos da direcção” do movimento independentista. Em comunicado assinado por Estanislau Miguel Bomba, “Chefe do Estado-Maior Geral das FACU”, reconhece- se “o papel determinante e histórico” de Nzita Henriques Tiago, prestes a completar 83 anos.
E trata-se o mesmo como “o pai, o monumento e a incarnação da consciência nacional do povo de Cabinda”. Tiago é “elevado ao título honorário de líder histórico, herói nacional e património do povo”, mas acrescenta- se que é reformado para “usufruir de um repouso necessário”. O comunicado agora transmitido ao Correio da manhã suspende o chamado Governo Provisório de Cabinda, bem como o secretariado do movimento e todas as suas representações na Europa, “até nova ordem”.
Por fim, é convocado, para data ainda a determinar, um congresso para a reestruturação dos órgãos da FLEC, criada em 1963, por fusão de três organizações que visavam anteriormente a defesa dos interesses específicos dos naturais do território de Cabinda.
Ao longo dos anos, a FLEC tem-se dividido em diferentes facções, que ocasionalmente se reagrupam, para depois se cindirem em outros grupos ou tendências. Em Janeiro último, elementos afectos a uma das alas da FLEC atacaram a selecção togolesa que ia participar em Cabinda no campeonato africano de futebol, tendo morrido duas pessoas, pelo que a equipa acabou por se retirar da competição.